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Esquecer vexame ou fazer história. O Gauchão para Aguirre e Felipão

Final do Gauchão pode salvar Felipão ou consagrar Diego Aguirre - Lucas Uebel/Grêmio Divulgação
Final do Gauchão pode salvar Felipão ou consagrar Diego Aguirre Imagem: Lucas Uebel/Grêmio Divulgação

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

29/04/2015 06h00

Ser campeão gaúcho vale muito para torcedores e até mesmo para Grêmio e Internacional. Levantar a primeira taça do ano, bater o tradicional adversário. Mas duas figuras têm motivos de sobra para sonharem com o título. Luiz Felipe Scolari e Diego Aguirre não entrarão em campo, mas dos reservados mirarão feitos particulares.

Scolari ainda carrega, e talvez jamais se livre, da marca deixada pela última Copa do Mundo. No comando da seleção brasileira, jogando em casa, foi eliminado ao levar 7 a 1 da Alemanha na semifinal. Em seguida, comandou time derrotado pela Holanda na disputa do terceiro lugar. Foi crucificado pelo vexame da seleção nacional. Demitido, culpado. Menos de um mês depois da queda humilhante na Copa, o Grêmio abriu as portas e recebeu o técnico.

A meta no final de 2014 era garantir vaga para Libertadores e a goleada de 4 a 1 em cima do Internacional, na Arena, parecia pavimentar o sucesso. Mas derrotas em série no final do Brasileirão deixaram o Grêmio de fora da competição sul-americana. Neste ano, com time reformulado e grandes dificuldades financeiras, o título do Gauchão pode virar uma prova de que Scolari não está ‘ultrapassado’. Felipão tem, diante de si, uma oportunidade para dar a volta por cima.

“Pensei muito nisso. Cada título tem sua história, para ele, para mim também... Temos que ir atrás dessa nova história. Para mim representa muito o título, pela conquista do Grêmio na casa do rival, para sair desta fila. Espero que para todos também. A gente vê isso no vestiário. O Felipão está com muita vontade de conquistar. E se um cara com o passado de conquistas dele, que já ganhou tudo, está com essa vontade, temos que pegar para nós também”, disse o volante Fellipe Bastos .

Já Diego Aguirre tem no Campeonato Gaúcho o cenário perfeito para deslanchar de vez. Contestado até bem pouco tempo atrás, ele conseguiu enfileirar vitórias e boas atuações. Promoveu jovens, mas ainda precisa carimbar o trabalho que começa a ser promissor. Sem falar na luta contra o histórico de derrotas dos gringos como treinadores no Brasil. Vencer o Gauchão dará a ele um começo que nenhum outro técnico estrangeiro teve no país.

“Sei o que significa para a torcida ganhar mais um Gauchão. Para mim, seria o meu primeiro título e isto seria importante. Não posso não pensar no Grêmio. Não posso deixar de respeitar o Grêmio. Estamos colocando muita energia neste Gauchão, fazendo todos um grande esforço em quase 20 jogos. Vamos tentar não deixar escapar em casa”, comentou Aguirre.