Topo

Dodô luta para se firmar na Roma após grave lesão, mas perdoa Bolívar

Ex-corintiano Dodô em ação pela Roma - TONY GENTILE/REUTERS
Ex-corintiano Dodô em ação pela Roma Imagem: TONY GENTILE/REUTERS

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

26/04/2013 06h00

O lateral esquerdo Dodô foi tido como uma das maiores revelações das categorias de base do Corinthians. Fez parte também da base da seleção brasileira e subiu para o time profissional alvinegro em 2009, quando tinha apenas 17 anos.

Realizou alguns bons jogos, mas a forte concorrência de jogadores experientes e as convocações para a seleção brasileira sub-17 e sub-18 fizeram com que não tivesse tantas oportunidades. Em 2010, por exemplo, chegou o badalado Roberto Carlos para ser intocável da posição. Dodô ainda continuaria até o ano seguinte, quando também chegaria para compor o elenco corintiano o hoje titular Fábio Santos.

Dodô então seguiu para o Bahia para disputar a temporada de 2011 e poder, enfim, ter chances como titular e atuar em muitos jogos. Ajudou o clube a conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana e fez dois gols na temporada. Até que no fim da temporada, em novembro, sofreu uma dura entrada do zagueiro Bolívar, hoje no Botafogo e na época no Internacional, em um jogo no Beira-Rio. Rompeu os ligamentos cruzados do joelho esquerdo e passou seis meses sem poder atuar.

Passou todo o primeiro semestre de 2012 em recuperação, sem jogar. Até acertar com a Roma, clube que defende atualmente, ao se empolgar com um projeto para jovens jogadores feitos pelo clube da capital italiana.

  • Fernando Santos/Folha Imagem

    Dodô no Corinthians, em 2010, quando teve poucas chances em time que tinha Roberto Carlos


Dodô passou aproximadamente nove meses sofrendo com consequências da grave lesão e jogando pouco. Fez apenas 11 jogos desde sua contratação. Agora, vem de uma sequência de seis partidas seguidas e parece enfim estar se recuperando das consequências da sua única grande contusão.

“Cheguei em junho do ano passado e acabei tendo problemas de contusão. Voltava, mas não tinha uma sequência de treinos. A recuperação durou muito tempo. Depois, eu fazia um jogo, mas não conseguia ganhar músculo na perna. Com músculo fraco e inflamação no tendão, sofria para ter sequência de jogos. Tive uma complicação por causa daquela lesão”, falou. “Mas agora estou em meu melhor momento. Agora faço todos os treinos”, continuou.

VEJA LANCE QUE GEROU A CONTUSÃO DE DODÔ


Na época, Bolívar foi muito criticado pela entrada e prometeu publicamente pedidos de desculpas. Garantiu que iria entrar em contato com o jovem lateral para dar apoio e se desculpar. Dodô diz que isso não ocorreu. Mas não demonstra mágoa nenhuma. Pelo contrário, até isenta Bolívar de culpa e diz que perdoa o jogador do Botafogo, mesmo demorando a se firmar em função da lesão.

“Acabou que não tive nenhuma relação com ele, não conversei nem depois e nem agora. Vi só declarações dele pela TV pedindo desculpas. Eu acho que ele não teve maldade, foi imprudente, mas não foi pra me machucar”, explicou. “Não tenho [mágoa] nenhuma, nenhuma. Um dia depois da lesão falei que perdoava. Não tem porque guardar mágoa disso, não tiraria minha ou faria eu retornar mais rápido. Perdoei, passou já.”

Procurado pela reportagem, Bolívar disse que além de passar recado de melhoras a Dodô por meio de Fábio Mahseredjian, preparador físico do Corinthians, chegou a falar com Dodô por rádio antes de o lateral ir para a sala de operações. Mas afirmou acreditar que o lateral não deve estar lembrado.

Sem mágoas e em seu melhor momento desde que chegou ao clube italiano, Dodô diz estar bem adaptado à tática do futebol italiano, sendo versátil para funções diferentes. Já atuou em duas posições no time, tanto na primeira como na segunda linha de quatro homens tradicional do futebol local.

“O que se aprende logo aqui de importante é a questão tática. Eles são muito rígidos taticamente e obedecem muito o treinador. No Brasil, conhecemos o 4-4-2 e o 3-5-2 . Não enxergamos tantas variações como eles fazem por aqui. Jogador pra jogar em vários esquemas tem que entender esquemas táticos. Tem muito treino tático e posicionamento.”

“A maioria dos jogos eu joguei na lateral mesmo, mas com o novo treinador atuei também na segunda linha no meio-campo. É um ala, meio-campo aberto, como jogava o Alex e o Jorge Henrique no Corinthians. Se joga aberto pela esquerda. Essa posição chama-se extremo”, explicou.
Dodô diz não ter tido também problemas de adaptação fora de campo e espera ajudar a equipe na conquista do título da Copa da Itália, que será disputada contra a rival Lazio, no fim da temporada. “Me adaptei bem e aprendi muito rápido a língua. Me adaptei rápido, o problema foi me recuperar bem de lesão e isso que tomou um pouco de tempo."

“O que eu queria era voltar bem e sem dor. Voltei a jogar uma sequência depois de muito tempo, meus objetivos são me firmar como titular, ajudar a Roma nesse final de temporada. Vamos brigar por vaga na Liga Europa e ganhar essa Copa da Itália, quero ganhar esse título.”