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Capitão do Palermo chora e se desculpa por amizade com mafiosos

Miccoli é amigo de Mauro Lauricella, filho de um dos chefes da máfia siciliana - Reprodução/Jornal Record
Miccoli é amigo de Mauro Lauricella, filho de um dos chefes da máfia siciliana Imagem: Reprodução/Jornal Record

Das agências internacionais

Em Palermo (Itália)

27/06/2013 07h44

Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, Fabrizio Miccoli pediu desculpas por sua amizade com membros da máfia italiana. Chorando, o capitão do Palermo também se desculpou pelas brincadeiras de mau gosto sobre Giovanni Falcone, juiz assassinado pela Cosa Nostra.

“Não sou um mafioso. Estou contra a máfia e quero demonstrar isso. Em todos estes anos, tentei não ser apenas o capitão do Palermo, mas sim o Fabrizio para todos. Deixei de lado minha família para me tornar um verdadeiro palermitano. Por isso, eu me aproximei de algumas pessoas pensando que eram amigos e me equivoquei”, afirmou o atacante.

Miccoli, de 34 anos, foi interrogado por cerca de quatro horas pela Justiça de Palermo.O jogador é acusado de extorsão e violação de sistemas de informação. O caso está relacionado a Mauro Lauricella, amigo do atacante e filho de Antonino, conhecido chefe da Cosa Nostra – a máfia siciliana.

Além das acusações, Miccoli caiu em desgraça com os palermitanos por conta de seus comentários jocosos sobre Falcone, revelados em escutas telefônicas. O juiz er um dos estandartes da luta contra a máfia e foi assassinado em 1992.

“Peço perdão a Palermo e a minha família por tudo o que disse. Não durmo há três dias e falei coisas que não penso. Sempre participei de todas as partidas em homenagem aos juízes assassinados pela máfia. Estou arrasado. Cresci com os valores passados por meus pais”, disse.

O jogador pediu ajuda a Mauro Lauricella para recuperar o dinheiro que os sócios de um bar lhe deviam. A cobrança, porém, foi feita de forma pouco convencional, daí a acusação de extorsão.

Até então, Miccoli era considerado um ídolo da torcida do Palermo. As atitudes do jogador, porém, tornam insustentável sua permanência no clube da região sul da Itália. “Gostaria de terminar minha carreira no Palermo, mas entendo a decisão de Maurizio Zamparini”, comentou, resignado, sobre a irritação demonstrada pelo presidente do clube.