Vitor Hugo exalta união na Fiorentina após morte de Astori: 'Para honrá-lo'
A morte súbita de Davide Astori completou dois meses na última sexta-feira (4), mas ainda está presente no dia a dia do futebol italiano, que se consternou após a confirmação de que o zagueiro e capitão da Fiorentina, aos 31 anos e no auge da carreira, fora encontrado sem vida no quarto do hotel onde a equipe se concentrava, em Udine.
Para Vitor Hugo, o impacto da perda transcendeu o lado profissional. Em sua primeira temporada na Europa, o zagueiro brasileiro encontrou em Astori um apoio amigo na chegada e na adaptação ao novo clube. O destino lhe concedeu a honra de anotar o gol da vitória da Fiorentina na primeira partida sem o capitão em campo, em duelo com o Benevento, pelo Campeonato Italiano - triunfo por 1 a 0, em 11 de março, uma semana depois da tragédia e com direito a homenagem ao jogador.
"Não foi fácil, e rezo para não precisar passar por isso de novo", confessou o ex-defensor do Palmeiras ao UOL Esporte. "Chega a ser difícil de falar. Além de ser um líder, ele era meu amigo. Jogávamos na mesma posição, então tínhamos um relacionamento próximo. Ele me ajudou muito no começo, e com certeza aprendi com ele", disse Vitor Hugo.
A tragédia machuca, mas também estimula a compaixão e a união das pessoas. Time e torcida firmaram um pacto informal, mas sólido: honrar Davide Astori nesta temporada. Com campanha irregular no Italiano, a Fiorentina obteve uma arrancada nestes últimos 60 dias. Foram nove partidas desde a morte do capitão, com seis vitórias (cinco delas seguidas), um empate e duas derrotas.
"Eles [torcedores] sentiram que a gente queria fazer o nosso melhor por ele, sentiram a importância disso, e para nos ajudar vieram juntos, se fecharam mesmo com a gente, e estamos, todos juntos, fazendo o nosso melhor", atestou o brasileiro. "Nós nos fechamos para fazer o melhor possível por ele. Para darmos tudo e honrá-lo com um grande fim de temporada, e estamos conseguindo."
Na última rodada, sem Vitor Hugo, lesionado, a equipe de Florença bateu o Napoli, postulante ao título nacional, por 3 a 0, e chegou a 54 pontos, ocupando o nono lugar no Campeonato Italiano, empatada com a Sampdoria. A três rodadas para o fim do torneio, ambas estão quatro pontos atrás da Atalanta, sexta colocada, posição que garante vaga na próxima Liga Europa.
Neste domingo (6), a Fiorentina visitará o Genoa, às 10h (de Brasília), para seguir na missão de honrar Astori, mas possivelmente sem Vitor Hugo, que se recupera de lesão muscular na coxa direita e deverá ser desfalque para o técnico Stefano Pioli.
Nova vida à italiana
Contratado em junho por 8 milhões de euros (R$ 33,8 milhões na cotação atual), o zagueiro brasileiro ganhou espaço aos poucos entre os titulares. Foram 18 jogos pela Fiorentina no Italiano (1.288 minutos em campo) e um gol marcado.
A presença de área, seja na defesa ou auxiliando o ataque, é um dos pontos fortes de Vitor Hugo, autor de 13 gols em sua passagem pelo Palmeiras, entre 2015 e 2017. Balançar redes com maior frequência na Europa é questão de tempo, segundo o jogador.
"Eu marquei quando comecei a ter uma sequência. Quanto mais se joga, normal que se tenha mais chances. Tive uma ou outra que passou próxima, estava difícil de o gol sair [risos]. Vou sempre à área, trabalho muito essa minha característica de impulsão para poder aproveitar ao máximo as chances que aparecem."
O zagueiro também ficou conhecido nos tempos de Palmeiras pelo bom humor e pelas histórias engraçadas ou pitorescas - Vitor Hugo trabalhou como pedreiro e sorveteiro antes de se tornar jogador profissional. Mas, em Florença, uma das regiões mais turísticas da Itália, ele tem se concentrado na adaptação ao estilo de vida local e ao idioma.
"Eu gosto bastante da cidade. O início foi mais difícil, até por saudade da família, mas depois foi bem mais tranquilo. A comida aqui é muito boa, então não senti muito nesse sentido. E, sim, sempre que tenho um tempinho faço questão de passear. É bem bacana", contou.
Com a nova rotina, sobre pouco tempo para acompanhar o ex-clube. "Tenho um carinho muito grande pelo Palmeiras, por tudo que vivi. Por isso, sempre que posso, procuro saber como estão as coisas por lá."
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