Além de controlar os ânimos dos jogadores de Corinthians e Racing, o árbitro Raúl Orosco ainda teve de ouvir as reclamações de Mano Menezes
Mano Menezes é conhecido por seus discursos ponderados e o bom humor como saída para algumas situações polêmicas. Em campo, porém, o treinador do Corinthians deixa tais características de lado. Na Libertadores, então, o lado catimbeiro fala mais alto. Na última quarta-feira, na vitória por 2 a 1 sobre o Racing, ele discutiu, pressionou e orientou os jogadores para o clima de hostilidade. Incorporou o espírito do torneio.
Assim que o Corinthians empatou o jogo por 1 a 1 no primeiro tempo, Mano reclamava com um dos auxiliares quando o meia Mirabaje entrou na conversa. O treinador gesticulou mandando o adversário para seu campo e avisando que, no Pacaembu, Mirabaje não poderia fazer pressão. O meia rebateu, e eles discutiram brevemente.
Ao terminar o primeiro tempo, o técnico do Racing, Juan José Verzeri, foi “conversar” com o árbitro Raúl Orosco. Mano não fez o mesmo, mas mandou Roberto Carlos, William e outros jogadores se aproximarem do juiz. Por ter jogado muito tempo no Real Madrid, Roberto Carlos resgatou seu espanhol e foi quem mais falou com Orosco.
Mano, porém, não foi para o vestiário em silêncio. No caminho encontrou Mirabaje e a discussão recomeçou, desta vez mais intensa. O treinador repetiu o recado do primeiro tempo: pressão uruguaia só no Uruguai. Mirabaje só parou de contestar quando um companheiro o afastou de Mano.
Na etapa final, o comandante corintiano ficou diversas vezes próximo ao auxiliar. Quase ao “pé do ouvido”, reclamou, argumentou e fez sua parte como bom catimbeiro.
Para Mano, tudo isso faz parte do clima de Libertadores. E há tempos ele tenta mostrar para o elenco que essas são as particularidades do torneio que virou obsessão no Parque São Jorge.
O treinador também vê com normalidade os adversários que dão prioridade à defesa e pouco se arriscam no ataque, como fez o Racing no Pacaembu. Segundo ele, o importante é não perder o controle emocional e saber encarar tais dificuldades.
“Não acho isso retranca, é posicionamento tático, um jeito de jogar futebol que respeito. Não adianta ficar bravo ou se incomodar, porque aí você acha que o futebol do adversário não é de primeira linha, tenta resolver de qualquer jeito e acaba perdendo”, justificou.
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