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Libertadores - 2019

Grêmio apela ao histórico de reviravoltas para passar pela U.Católica

Douglas é um dos poucos titulares que resta na equipe que apela para o sobrenatural - EFE/Neco Varella
Douglas é um dos poucos titulares que resta na equipe que apela para o sobrenatural Imagem: EFE/Neco Varella

Marinho Saldanha

Em Porto Alegre

04/05/2011 07h01

Todos fatores indicam que o Grêmio não vai atingir seu objetivo nesta quarta-feira, quando enfrenta o Universidad Católica no estádio San Carlos de Apoquindo, no Chile, às 21h50 (horário de Brasília). Atrás no placar por ter perdido o jogo de ida por 2 a 1, cheio de desfalques e vindo de um empate com derrota nos pênaltis no Gre-Nal de domingo, o time tricolor está despedaçado. No entanto, pela história do clube o torcedor pode ter esperança. Precisando fazer dois gols de diferença, ou um, desde que marque três como visitante para ir às quartas de final da Libertadores, a equipe tenta relembrar de reviravoltas no passado.

Clima tenso, derrotas e pressão crescendo

Não são poucos os exemplos históricos da "imortalidade" gremista. O mais vivo na memória do torcedor é a Batalha dos Aflitos. Em 26 de novembro de 2005, atuando contra o Náutico no Recife, os gaúchos tiveram dois pênaltis contra, acabaram a partida com 7 jogadores, enfrentaram um clima completamente hostil feito pelo adversário, mas mesmo assim venceram por 1 a 0, conquistaram o título da Série B , e a garantia de retorno à elite do futebol brasileiro.

Além do título brasileiro no sufoco em 1996, a Copa do Brasil de 1997, a fuga do rebaixamento em 2003, todos exemplos de momentos em que o time tricolor superou dificuldades e conseguiu superar seus rivais. É bem verdade que na última vez em que o Grêmio precisou evocar esta característica, não aconteceu nada. Na Libertadores de 2007, após perder por 3 a 0 para o Boca Juniors, na Argentina, o discurso de acreditar no inacreditável tomou conta da torcida, mas uma nova derrota, por 2 a 0, em Porto Alegre, deu o título da competição daquele ano ao adversário.

"É um pouco de tudo. É lógico que a imortalidade vai ser fundamental, principalmente neste jogo de quarta-feira. Não podemos nos entregar nunca, a imortalidade está aí. Não podemos nos entregar, temos que buscar o resultado. Sabemos que é difícil, mas é por isso que o Grêmio leva essa imagem de imortal. Mais do que nunca, os jogadores precisam colocar isso na cabeça", disse Renato Gaúcho.

Para dar uma "força" ao sobrenatural, Renato Gaúcho tenta driblar todos os problemas que tem na equipe. Ao todo são seis lesionados: Gabriel, Willian Magrão, Lúcio, André Lima, Victor e Fábio Rochemback. Não bastasse isso, Carlos Alberto - que fazia parte da lista de inscritos na Libertadores - foi dispensado na última semana. Borges, expulso no jogo de ida, está suspenso e também fica fora da partida.

São oito desfalques. Como a relação dos aptos a atuar na competição tem somente 25 jogadores, restam 17. Desta forma, o banco de reservas terá um jogador a menos do que o autorizado pelo regulamento da competição, já que não há atletas para ficar à disposição.

SAIBA PELO QUE TORCER

ResultadoQuem passa
U. Catolica 1 x 0 GrêmioU. Católica
U. Catolica 0 x 0 GrêmioU. Católica
U. Catolica 0 x 1 GrêmioU. Católica
U. Catolica 0 x 2 GrêmioGrêmio
U. Catolica 1 x 2 GrêmioPênaltis
U. Catolica 1 x 3 GrêmioGrêmio
U. Catolica 2 x 3 GrêmioGrêmio

Na véspera da partida ainda surgiu mais uma possibilidade de ausência. Rafael Marques sentiu dores no adutor da coxa direita e pode ser o nono desfalque do time. Se ficar fora serão 16 disponíveis, ou seja, ficarão só cinco no banco de reservas, contando com o goleiro.

"No futebol tudo pode acontecer. Temos muitos problemas, vários desfalques, mas não sou de ficar me lamentando e não vou fazer isso agora. Vamos com a força do grupo. Eu confio neles", explicou o técnico Renato Gaúcho.

Com todos estes problemas, até a formação do Grêmio é uma incógnita. Isto porque, quando todos esperavam no Gre-Nal a manutenção do esquema 4-4-2, utilizado por Renato desde 2010, o time tricolor foi a campo no 3-6-1. Durante a partida houve alteração para 3-5-2 e no fim, necessitando do resultado, já não havia mais organização alguma em campo. Desta forma, como não houve tempo para treinamentos táticos, é difícil afirmar qual escalação e qual sistema serão utilizados.

Adversário embalado assusta o Grêmio

As capacidades do Universidad Católica ficaram evidentes no jogo de ida, no estádio Olímpico. A boa base defensiva, o meio-campo sólido e a dupla Pratto e Cañete, responsável direta pela vitória por 2 a 1 na casa gremista, contam agora com o apoio da torcida. Não bastasse o poder de fogo já conhecido, o time treinado por Juan Antonio Pizzi vem embalado pelas vitórias no Campeonato Chileno. A última vítima foi o Universidad Concepción, que levou 2 a 1.

Pela vantagem obtida no jogo de ida, os chilenos admitem jogar com inteligência e reforçar o sistema defensivo para garantir a classificação. Para o Universidad Católica basta qualquer vitória ou empate, ou até derrota por 1 a 0, que estará nas quartas de final para duelar com o vencedor de Internacional x Peñarol.

UNIVERSIDAD CATÓLICA X GRÊMIO

Data: 04/05/2011 (quarta-feira)
Horário: às 21h50 (horário de Brasília)
Local: estádio San Carlos de Apoquindo, em Santiago (CHI)
Transmissão na TV: RBS TV
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)
Auxiliares: Rodney Aquino e Cesar Franco (ambos paraguaios)

Universidad Católica
Paulo Garcés; Valenzuela, David Henríquez, Martinez e Juan Eluchans; Jorge Ormeño, Fernando Meneses, Cañete, Francisco Silva e Tomas Costa; Lucas Pratto.
Técnico: Juan Antonio Pizzi

Grêmio
Marcelo Grohe; Mário Fernandes, Rafael Marques (Vilson), Rodolfo e Gilson; Fernando, Adílson, Vinícius Pacheco (Escudero) e Douglas; Leandro e Júnior Viçosa.
Técnico: Renato Gaúcho