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Libertadores - 2019

Santistas se revoltam com caos, madrugam em aeroporto e até ficam bêbados

Torcedores do Santos mantêm bom humor e bebem cerveja no aeroporto de Guarulhos  - Luiza Oliveira/UOL
Torcedores do Santos mantêm bom humor e bebem cerveja no aeroporto de Guarulhos Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Luiza Oliveira

Em Guarulhos (SP)

14/06/2011 13h47

Bocejos para todos os lados, cochilos em mesas e guichês de companhia aérea, reclamações e muita cerveja para espantar o sono. Este era o cenário no aeroporto de Cumbica na manhã desta terça-feira. Centenas de torcedores santistas não conseguiram viajar para Montevidéu, no Uruguai, e passaram a noite em Guarulhos à espera de um voo.

SANTISTAS EXERCITAM PACIÊNCIA

  • Luiza Oliveira/UOL

    Péricles e seu filho Mateus dorme no guichê da companhia aerea depois de 12 horas de espera

  • Luiza Oliveira/UOL

    Ageu Freitas e seu grupo de amigos tentam manter o bom humor mesmo apos passar a noite em claro

Os seguidores de Neymar e companhia começaram a lotar o aeroporto com camisas alvinegras e bandeiras ainda cedo na madrugada. Os primeiros grupos chegaram por volta de 1h para decolarem às 5h para o local da partida entre Santos e Peñarol, na quarta-feira. Mas o caos aéreo provocado pelas cinzas do vulcão chileno Puyehue voltaram a causar transtorno. No fim da manhã, praticamente todos os voos para a capital uruguaia foram cancelados ou suspensos.

“O corpo já não aguenta mais. Meu filho dormiu no carro e eu estou cochilando em pé. O pior é que ninguém dá informação. Que pelo menos falem a verdade, é um absurdo”, reclamou o empresário Péricles Vasconcelos pai de Mateus, 12 anos, que dormia na esteira de um guichê vazio.

Péricles comprou o pacote da Santos Tour pela companhia aérea Pluna. Mas a falta de informações e os atrasos constantes já tiraram a certeza de que poderá ver seu time em campo na final da Libertadores.

A empresa aérea prometeu uma nova saída pela manhã, mas o avião não conseguiu decolar de Montevidéo pelo fechamento do aeroporto. Dessa forma, Péricles ainda espera pela confirmação do voo que sairia ao meio dia em uma previsão novamente equivocada.

O auxiliar administrativo Ageu Freitas passa pela mesma situação. Ele só dormiu durante duas horas encostado em uma mesa de um dos restaurantes do aeroporto. “As pernas doem, as costas doem. Tudo dói. Pelo Santos vale o sacrifício, mas está sendo bem difícil”, disse com semblante cansado.

Outros preferiram levar a confusão com bom humor para driblar o cansaço. Logo  nas primeiras horas da manhã, já se via latas, canecas e até baldes de cerveja circulando aos montes entre os torcedores. Os empresários Rodrigo Oliveira e Ivan Pereira chegaram às 4h da manhã e já começaram a beber cerveja, vodka e até cachaça. Até o fim da manhã, os dois perderam as contas de quantas latas de cerveja compraram pelo alto preço comercializado nos aeroportos de R$4,70 cada.

“O importante é chegar no Uruguai até a hora do jogo. Não sei como, se vamos de avião, se paramos em Buenos Aires ou Porto Alegre e pegamos um ônibus ou até a pé. Estamos com o Santos em qualquer situação”, diziam os torcedores visivelmente alterados pelo teor alcoólico das bebidas.

De fato, não havia muitos motivos para comemorar. O voo do grupo pela companhia Aerolineas Argentinas sairia às 8h e faria escala em Buenos Aires. Mas foi cancelado e os torcedores decidiram comprar outra passagem aérea, dessa vez pela Tam. A previsão era de sair às 15h, mas a empresa também cancelou todos os voos para Montevidéu.