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Libertadores - 2019

Jogo dos "sem-ingresso" tem tumulto, sofrimento no radinho e festa na escada

Do lado de fora do Pacaembu, torcedores do Corinthians antes da final contra o Boca Juniors - Leandro Moraes/UOL
Do lado de fora do Pacaembu, torcedores do Corinthians antes da final contra o Boca Juniors Imagem: Leandro Moraes/UOL

Paulo Passos e Vitor Pajaro

Do UOL, em São Paulo

05/07/2012 04h46

Mesmo com o anúncio de que não haveria venda de ingressos no Pacaembu, milhares de torcedores foram ao local sem entradas na esperança de assistir à final da Libertadores. A praça Charles Miller, em frente ao estádio, foi o local preferido pelos “sem-ingresso” para acompanhar o jogo. A festa teve tumulto antes e durante a partida, sofrimento no radinho e comemoração na escada da praça.

Trinta minutos antes do jogo começar, a área em frente à entrada principal do Pacaembu virou um campo de batalha. Sem a perspectiva de conseguir entradas, um grupo se amontoava em frente a uma barreira instalada no local para isolar os acessos ao estádio. Os policiais, então, resolveram afastar os torcedores. Balas de borracha e bombas de efeito moral foram arremessadas contra os corintianos.


Após a ação da polícia, o clima se acalmou, mas os torcedores seguiram no local. Quando o jogo começou, eles tentavam de alguma maneira se informar. Amontoados em grupos, alguns viam os lances em pequenas telas de celulares. A maioria, porém, optou pelo tradicional radinho de pilha.

Foi o que fez Benedito Silverio Cruz. Mesmo sabendo que não conseguiria entrar, ele saiu de sua casa, no Itaim Bibi, zona sudoeste de São Paulo, e foi a pé até o Pacaembu, na região central. “Fazer o quê em casa? Não vejo o jogo mais vou conseguir pegar a festa aqui”, explicou o corintiano.

Depois dos dois gols corintianos, que garantiram o título, o clima voltou a esquentar. Os torcedores correram em direção aos portões e a polícia reagiu, novamente, com balas de borracha e bombas de efeito moral. Os corintianos dispersaram e, já em clima de festa, começaram a comemorar nas escadarias da praça.

A festa aumentou quando os portões foram abertos e os corintianos que viram a final se juntaram aos “sem-ingresso”. Todos campeões da Libertadores.