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Memória da 1ª final com Olimpia aumenta fé alvinegra em título da Libertadores

Gabriel Paraíso lembra da festa da torcida em 92 e quer maior comemoração agora - Arquivo pessoal
Gabriel Paraíso lembra da festa da torcida em 92 e quer maior comemoração agora Imagem: Arquivo pessoal

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

16/07/2013 06h00

A partir desta quarta-feira, em Assunção, o Atlético-MG começará a decidir uma competição internacional contra o Olímpia depois de 21 anos. O jogo, que aconteceu em 1992, gera boas lembranças aos atleticanos. Torcedores que estavam no primeiro jogo válido pela final da extinta Conmebol e realizado no Mineirão, lembram detalhes do duelo e mostram confiança em nova conquista sobe o time paraguaio, agora na Libertadores.

“Foi um jogo histórico, eu me lembro como se fosse hoje. Uma chuva em Belo Horizonte, difícil conseguir ver alguma coisa no estádio e o Atlético com Negrini fez a festa, venceu por 2 a 0, foi uma comemoração entusiasmada”, disse o comerciante Robson Duarte, de 44 anos.

“Um lance que me marcou foi o primeiro gol. Cruzamento todo ‘carambolado’ do Sergio Araújo que desviou no zagueiro e encontrou o peixinho do Negrini. Lembro muito do lance porque não era comum o Negrini dar peixinhos e nem fazer gols de cabeça”, observou outro torcedor atleticano, Carlos Henrique Ventura, que tinha 18 anos à época.

  • Arquivo pessoal

    Carlos Henrique Ventura (à esq) continua acompanhando o Atlético-MG e, ao lado do amigo Thiago Somarilla, esteve em Rosário, na Argentina, no primeiro jogo da semifinal contra Newell's

Gabriel Paraíso lembra de ter feito grande festa nas “cadeiras vermelhas” do Mineirão, sob chuva. “Marcou muito a festa da torcida e o segundo gol, que foi bem na minha frente. Foi a única vez que fui com meu pai naquelas cadeiras que ficavam entre a arquibancada e geral”, lembrou.

“A chuva, o clima de final e o peso do grito de Galo da torcida são coisas inesquecíveis. Lembro especialmente que pulei demais naquelas cadeiras vermelhas de ferro, tão características do Mineirão original”, acrescentou o torcedor, que tinha dez anos à época da partida.

A chuva lembrança presente nos depoimentos de todos os torcedores ouvidos também é recordado pelo herói do jogo, o ex-jogador Negrini, autor dos dois gols da vitória atleticana. “Caiu uma chuva muito forte em Belo Horizonte antes do jogo e nós achamos que a torcida nem iria ao Mineirão. Quando entramos em campo a surpresa, apesar da chuva tinha quase 80 mil torcedores”, relembrou o ex-atleta, em recente entrevista à Rádio Itatiaia.

Adolescente à época daquela final, Matheus Soares, que tinha 15 anos, foi acompanhado da sua mãe e também lembra da chuva que atrapalhou a partida, mas destaca outras lembranças marcantes. “Os gols do Negrini, a massa cantando o hino, o vou festejar e o Sonha não Custa (samba enredo da Mocidade) que embalou o título de 92”, contou.

Matheus ressalta que enfrentar o Olímpia na final da Libertadores de 2013 tem um gosto especial para ele. “Faz voltar 21 anos no tempo, relembrando cada momento dos dois jogos finais”, afirmou o torcedor, que, por superstição não irá ao estádio nas duas partidas da decisão da competição, a primeira em Assunção e a segunda em Belo Horizonte.

Os torcedores afirmam que o atual elenco alvinegro, de Ronaldinho Gaúcho, Bernard e Tardelli, é superior ao Atlético de 1992. “O time de hoje é bem melhor. Temos jogadores que podem fazer a diferença em uma jogada individual. Time de 92 era mais operário”, disse Matheus Soares.

“O time de 92 tinha uma garra gigantesca, era time que colocava o coração na chuteira, mas o de hoje é mais técnico, confio mais, tem mais qualidade, tem Ronaldinho Gaúcho, tem o Tardelli, tem uma experiência. E o Olímpia também é pior”, observou Robson Duarte.