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Atleticanos sentem de perto a paixão da torcida e ouvem até pedido de joelhos

Torcedores do Atlético têm sensibilizado o técnico Cuca e os jogadores antes da final - Bernardo Lacerda/UOL
Torcedores do Atlético têm sensibilizado o técnico Cuca e os jogadores antes da final Imagem: Bernardo Lacerda/UOL

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Vespasiano (MG)

21/07/2013 06h01

A possibilidade de conquistar o inédito título da Libertadores mexe com a paixão dos torcedores do Atlético-MG e chama a atenção dos jogadores e do técnico Cuca, que se sensibilizam com o comportamento dos atleticanos. “É o jogo mais importante da história do clube e automaticamente da nossa também”, observou o treinador.

Cuca pôde conhecer de perto a paixão dos torcedores e sabe o tamanho da importância da partida com o Olimpia, quarta-feira, às 21h50, no Mineirão, quando sairá o campeão da Libertadores. O Atlético precisa vencer por diferença superior a dois gols para ficar com o título. Se ganhar por dois gols de vantagem, a decisão vai para a prorrogação e, se persistir o resultado, para o pênaltis.

ATLETICANOS ACAMPAM NA SEDE DO CLUBE PARA GARANTIR INGRESSO

  • Bernardo Lacerda/UOL

    Torcedores acampados na sede do Atléico, em Lourdes, serviu de tema na prelação do técnico Cuca antes do primeiro jogo da final da Libertadores. "“Eu pus na preleção as imagens da fila, neguinho na fila, na preleção lá no Paraguai, pra você ter ideia se eles sabem disso ou não. Sabem tanto como nós todos aqui, se envolvem tanto como nós todos aqui", observou o treinador

“A gente esta fazendo parte, se vier a acontecer, de uma mudança da história de um clube, e isso é muito difícil mexer, arrepia a gente, muito difícil mexer com a paixão. Eu digo que, quando ganho jogo, eu ganho o direito de jantar fora. Se você perder, é só xingão, só pressão todo dia na cabeça da gente, porque se mexe com o coração do outro ser humano, mais do que tudo, mais do que médico”, afirmou Cuca.

O treinador revelou o clima que vem enfrentando na rua, de pressão e principalmente apoio e confiança por parte dos torcedores. “Você mexe com a emoção, o cara ajoelhou na minha frente e disse ‘Cuca a minha vida está nas tuas mãos, salve a minha vida’, e não é um que fala isso, porque esse é o título que eles querem. Imagina o que você tem de peso”, afirmou.

O lateral esquerdo Júnior César revelou que vive situação parecida. “O torcedor acredita, nos pede o título, ajoelha nos seus pés, pede o título, que a gente jogue com vontade. É uma coisa que eu nunca vivi, é um momento diferente, a intensidade”, observou o jogador, que substituirá Richarlyson na partida de quarta-feira. O titular foi expulso no primeiro jogo e cumpre suspensão.

O apoio da torcida, que adotou o bordão “eu acredito” na reta final da Libertadores, é bem-vinda na Cidade do Galo. Segundo Cuca, esse ambiente de confiança é fundamental para mater o grupo motivado para o jogo decisivo de quarta-feira.

“Esta campanha do “eu acredito”, que acho ótima, maravilhosa, mostra hoje um atlético diferente, porque um tempo atrás já tinha perdido, e a gente aprendeu que com fé, dedicação, perseverança, empenho garra, força da torcida, nessa união a gente consegue coisas que só Deus acredita, e já aconteceram muitas”, ressaltou

“Nós vamos passar por mais essa provação. Se a gente vencer, vai ser a Libertadores mais dura de ter vencido, porque toda vez tem de matar um leão ou dois, e assim no último jogo também”, acrescentou.

Cuca afirma que vem utilizando a importância do título e os sacrifícios dos torcedores nos dias que antecedem os jogos decisivos. Um vídeo com imagem da torcida acampada na porta da sede do Atlético desde a quinta-feira (11) foi exibido aos atletas antes do primeiro jogo da final, em Assunção. 

“Eu pus na preleção as imagens da fila, neguinho na fila, na preleção lá no Paraguai, pra você ter ideia se eles sabem disso ou não. Sabem tanto como nós todos aqui, se envolvem tanto como nós todos aqui, e perdemos o jogo. Não foi porque a gente não tentou, porque não se doaram em campo. Perdemos porque os caras acharam uma jogada individual muito bem feita e fizeram um o gol e nós falhamos aos 48 (minutos), e fizeram dois a zero”, disse o treinador.