Título da Libertadores encerra sina de frustrações históricas do Atlético-MG
A conquista da Copa Libertadores, nessa quarta-feira, diante do Olimpia, encerrou um histórico de frustrações do Atlético-MG ao longo dos anos. O clube mineiro, que completou 105 anos, não ganhava um título expressivo desde o Campeonato Brasileiro de 1971.
Muitas vezes chamado de “Galo paraguaio” por rivais, principalmente por torcedores do Cruzeiro, o Atlético põe fim a sina de vice-campeão que foi se formando ao longo dos anos devido a frustrações e derrotas históricas, até mesmo quando montou grandes equipes.
A história do Atlético começou a mudar com a chegada de Ronaldinho Gaúcho, em meados do ano passado. Numa sintonia impressionante entre torcida e jogador, o camisa 10 cativou os próprios companheiros e o time embalou na temporada. Terminou como vice-campeão brasileiro, conquistou o Estadual neste ano e fez grande campanha da Libertadores.
A conquista do torneio continental foi dramática. Derrotado no jogo de ida por 2 a 0, em Assunção, o Atlético devolveu o placar atuando no Mineirão e venceu o Olimpia nas cobranças de pênaltis, por 4 a 3. “Muitas pessoas não acreditavam, era cavalo paraguaio, não sei o quê. Mas a gente sempre acreditou”, observou Richarlyson.
O volante Josué disse que o Atlético se superou para conquistar o título continental. “Mesmo sendo a melhor equipe da primeira fase, passamos momentos difíceis no mata-mata. Para algumas pessoas parecia impossível, e essa equipe mostrou poder de superação muito grande, superamos obstáculos e conseguimos essa conquista”, afirmou.
A conquista encerra um período de vacas magras iniciado no final da década de 1970. Depois de uma excelente campanha no Brasileiro de 77, sob o comando de Reinaldo, artilheiro daquele ano com 28 gols, o time alvinegro perdeu título, nos pênaltis, para o São Paulo em pleno Mineirão e terminou invicto a competição com dez pontos à frente do campeão.
Em 1980 nova decepção no Campeonato Brasileiro e frustração para um geração formada por Reinaldo, Cerezo, Luizinho e Éder, quarteto que vestiu a camisa da seleção. O Atlético chegou a final, mas foi superado pelo Flamengo de Zico, numa das decisões mais marcantes do futebol brasileiro. Ali começava uma rivalidade entre alvinegros e rubro-negros que se estende até hoje.
Embora não lembrasse mais equipes como as de 77 e 80, o Atlético chegou à decisão do Brasileiro novamente em 1999. Com a dupla Marques e Guilherme inspirada, o time alvinegro embalou na competição e foi para a final com o Corinthians, mas outra vez não conseguiu levantar a taça.
O Atlético voltou a ser vice-campeão brasileiro no ano passado, já na era Ronaldinho Gaúcho. O time comandado por Cuca liderou boa partida da competição, principalmente no primeiro turno, porém caiu da rendimento na segunda metade e viu o Fluminense arrancar para o título. Mesmo assim garantiu o segundo lugar e a vaga direta para a Libertadores.
A campanha na Libertadores 2013 reacendeu a paixão dos atleticanos, que viram o time mineiro chegar pela primeira vez à final do torneio continental. O ambiente criado em torno da equipe foi fundamental para que ela pudesse superar adversidades e conquistar pela primeira vez o torneio.
“É uma coisa que marca muito na vida da gente, na carreira da gente”, obervou o técnico Cuca, que conquistou o primeiro título de expressão de sua carreira. “Conseguimos fazer um clube centenário campeão da Libertadores”, acrescentou.
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