Presidente da Conmebol marca reunião com Cruzeiro por racismo contra Tinga
O presidente da Confederação Sulamericana de Futebol, Eugenio Figueredo, receberá nesta sexta-feira, em reunião, representantes do Cruzeiro para tratar do caso de racismo do qual foi vítima o volante Tinga, durante a derrota para o Real Garcilaso, do Peru, por 2 a 1, na quarta-feira. O dirigente da Conmebol informou ainda que tomou conhecimento do episódio, somente no começo da tarde desta quinta-feira, quando recebeu telefonema do ministro do Esporte do Brasil, Aldo Rebelo.
“Acabo de me inteirar do assunto porque me telefonou o ministro de Esporte do Brasil, Aldo Rebelo. Depois, vi um vídeo sobre o tema pela internet. Vamos pedir as informações a respeito e passaremos o caso à Comissão Disciplinar da Conmebol”, afirmou Eugenio Figueredo ao site Pasión Libertadores.
O presidente da Conmebol destacou a posição absolutamente contrária da entidade a qualquer tipo de manifestação racista. “A Confederação Sulamericana repudia energicamente qualquer ato de discriminação no futebol”, salientou Eugenio Figueredo.
Aldo Rebelo havia informado, por meio de sua assessoria de comunicação, o telefonema para o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol. “No ano que o mundo inteiro se une para disseminar uma mensagem contra o preconceito durante a Copa do Mundo do Brasil, é inconcebível o comportamento que vimos em Huancayo. Tinga tem todo o nosso apoio na luta contra o racismo, que, esperamos, será combatido com firmeza pela Conmebol”, disse o ministro.
Depois de entrar no lugar de Dagoberto no decorrer da segunda etapa, aos 19 min, o volante Tinga foi constantemente vaiado pelos torcedores locais, que emitiram sons imitando macaco a cada vez que o jogador encostava na bola. Essa manifestação racista foi se agravando e aumentando o tom com o decorrer da partida.
No início da manhã a presidente da República, Dilma Rousseff, se solidarizou com o fato e publicou mensagens de apoio a Tinga. “Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem, no Peru. Ao sair do jogo, Tinga disse que trocaria seus títulos por um mundo c/ igualdade entre as raças. Por isso, hoje o Brasil inteiro está #FechadoComOTinga”, escreveu em seu perfil do Twitter.
A Confederação Brasileira de Futebol e presidente da Fifa, Joseph Blater, também utilizaram a rede social para se manifestarem. "Por um mundo sem racismo, sem preconceito e sem desrespeito #SomosIguais #FechadoComOTinga", escreveu a CBF, que também divulgou uma nota oficial em seu site.
"Faço coro com @dilmabr ao condenar o episódio de racismo envolvendo Tinga, do @_OficialCEC. A FIFA é contra todo ato de discriminação", endossou Blatter, que também postou um link divulgando a resolução da entidade contra qualquer tipo de discriminação.
Também o presidente do Peru, Ollanta Humala Tasso, condenou o racismo. “Um país tão diverso como o nosso e que fortalece sua identidade, com todas suas culturas, não deve admitir manifestações racistas de nenhum tipo”, ressaltou o mandatário peruano, por meio de seu twitter. “Expressões como as de ontem (quarta-feira) em uma partida de futebol devem originar indignação e impulsionar nossa luta contra todo tipo de discriminação”, acrescentou.
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