"Eu acredito" e "caiu no Horto, tá morto": relembre slogans do Atlético-MG em 2013
O jogo com o Independiente Santa Fé, nesta quarta-feira, às 22h, marca o reencontro do Atlético-MG com o seu torcedor que criou a mística do “caiu no Horto, tá morto” e foi decisivo na campanha do título da Libertadores no ano passado. Com o filme ainda recente na cabeça dos torcedores, o clube procura voltar a mostrar a força dessa parceria em Belo Horizonte.
A campanha atleticana na reta final da Libertadores 2013 teve grande diferença quando o time atuou no Independência e fora da sua casa. O estádio foi o grande diferencial para a conquista do título. Em momentos difíceis, a força do Horto modificou cenários negativos.
O alvinegro mineiro fez seis jogos no Independência na campanha de 2013, sendo três pela fase de grupo e outros três pela etapa final. Apenas a decisão, contra o Olimpia, foi disputada no Mineirão. Ao todo, foram cinco vitórias no Horto e um empate.
A reta final da Libertadores foi de emoção quando o time atuava no Independência. A dificuldade já se iniciou nas quartas de final, contra o Tijuana. O time empatou no México, por 2 a 2, e chegou em Belo Horizonte confiante em uma vitória fácil. Porém, em campo tudo foi diferente e a equipe mineira esteve próxima de ser eliminada, aos 47 minutos do segundo tempo, quando Riascos perdeu pênalti, defendido por Victor, com o pé esquerdo.
Na partida, uma ação da torcida, fora de campo, nas arquibancadas, foi considerada a culpada pela partida ruim. Os torcedores usaram a “máscara da morte” durante o jogo, para aterrorizar o adversário e criar clima de terror no Independência. A medida não animou tantos os jogadores em campo, mas acabou valendo, após a difícil classificação.
Nesse jogo, entrou em ação a figura do “São Victor”, homenagem dos torcedores atleticanos ao goleiro, que fez o milagre de pegar o pênalti nos acréscimos do jogo, que terminou empatado em 1 a 1. Se a bola de Riascos entrasse, o sonho do título acabaria ali. Ganhou força também nesse momento a religiosidade do técnico Cuca, do próprio Victor e dos torcedores, que atiraram terços e imagens de santos, especialmente de Nossa Senhora, ao campo.
Na semifinal, contra o Newells Old Boys, mais uma vez o estádio teve de fazer a diferença, após o time mineiro ter sido derrotado por 2 a 0, na Argentina. Para embalar o clube, um grito marcou conta do triunfo por 2 a 0, que levou o duelo para a disputa de pênaltis. O torcedor criou o “eu acredito” que ecoou no estádio por 120 minutos e durante as bolas paradas.
A campanha do “Eu Acredito” se iniciou ainda com os jogadores e a diretoria do Atlético, que criou a camisa “Yes We Cam”, inspirada em slogan utilizado na campanha do presidente Obama, nos Estados Unidos, para o grupo alvinegro usar no duelo. Os atletas chegaram ao estádio com a camisa e embalaram o espírito da torcida.
Outra importante festa criada pelo torcedor atleticano durante a competição passada e que irá se repetir nesta quarta-feira, será o “inferno alvinegro”, quando a torcida vai para a rua e recebe o ônibus da delegação do Atlético com foguetório e fumaça, formando uma ‘rua de fogos’. A situação foi rotina no torneio continental.
O meia-atacante Ronaldinho Gaúcho pede o mesmo espírito do torcedor mostrado ano passado para o duelo desta quarta-feira. “Esperamos apoio do torcedor que é muito importante, dar seguimento ao trabalho e sair com os três pontos”, disse.
A torcida atleticana no começo de 2014 tem cobrado do elenco e mostrado insatisfação com o time, em alguns momentos, principalmente com o técnico Paulo Autuori. Mas a massa promete encarnar o clima da Libertadores de 2013 e apoiar o time durante os 90 minutos da partida contra o Santa Fé.
“Já deu para notar, principalmente no segundo tempo do jogo com o América, a gente conseguiu impor o ritmo de jogo e o torcedor nos apoiou, a gente não espera algo diferente para este jogo”, destacou Ronaldinho Gaúcho. No primeiro tempo da vitória sobre o América-MG, por 3 a 2, quando perdia por 2 a 0, o time atleticano foi vaiado.
O volante Josué acredita que o clima do torcedor será diferente e de apoio ao time. “O clima é outro”, observou. Mas, segundo ele, independente de ser jogo da Libertadores ou Campeonato Mineiro, a equipe precisa manter a concentração.
“Tem de fazer com que o adversário tenha medo de jogar contra a gente no Independência, uma coisa que a gente tem deixado a desejar este ano ainda, mas lá é a nossa casa e temos de vencer”, acrescentou o experiente volante atleticano.
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