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Tinga será recebido por Dilma, mas não vê encontro como homenagem

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

12/03/2014 15h58

Alvo de manifestações racistas durante a derrota para o Real Garcilaso, por 2 a 1, na estreia do Cruzeiro na Libertadores, o volante Tinga será recebido pela presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira, em Brasília. Sem saber muito sobre o teor do encontro, o jogador disse não considerar o convite uma homenagem.

“Não considero uma homenagem, porque eu não preciso, não fiz nada para merecer ser homenageado”, observou Tinga, que considera no entanto importante a preocupação da presidente com o problema do preconceito, não apenas racial.

“Me considero mais um buscando aquilo que a gente precisa de melhoria para o nosso país e continuo afirmando não só na parte de preconceito racial, em todas as classes, todas as áreas. Essa sempre foi minha batida e espero que seja em qualquer coisa desse tipo de levantar a bandeira contra o preconceito em todas as áreas”, afirmou o volante celeste.

Tinga foi vítima de insultos raciais de torcedores peruanos, que emitiram sons de macaco quando o volante pegava na bola durante a partida entre Cruzeiro e Real Garcilaso, realizada em 12 de fevereiro, Huancayo, pela primeira rodada do grupo 5 da Libertadores.

O episódio ganhou repercussão internacional, e Tinga recebeu apoio não só do meio esportivo, mas na esfera política, como da própria presidente. A Conmebol abriu processo sobre o caso e cobrou uma resposta do Real Garcilaso, mas ainda não houve punição.

Tinga deverá ser recebido ao lado do também volante Arouca, do Santos, que foi alvo de ofensas racistas durante o Campeonato Paulista.

"Não tem muito o que falar, porque não sei o que vai acontecer (no encontro). Só recebi o convite, mas independentemente do que aconteça, o mais importante é a preocupação dela (Dilma Rousseff) com tudo que tem acontecido no nosso país", ressaltou Tinga.