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Decisão da Conmebol sobre caso Tinga deve sair na segunda-feira

Do UOL, em Belo Horizonte

20/03/2014 18h57

O presidente do Tribunal Disciplinar da Conmebol, o brasileiro Caio Cesar Rocha informou que uma decisão sobre o julgamento do caso de racismo envolvendo o volante Tinga e a torcida do Real Garcilaso, na estreia dos times na Libertadores, deverá sair na próxima segunda feira.

Apesar de estar fora do caso, o representante brasileiro disse que vem acompanhando o processo de perto e que as investigações foram encerradas apenas nesta quinta-feira.“Eu não participo do julgamento, mas tenho tomado conhecimento do caso, tenho acompanhado de perto para informar a imprensa”, disse.

“A informação que eu tive de hoje é que foram encerradas as investigações preliminares, foram utilizados provas em vídeo, foram encaminhas ao clube, que já se manifestou e a investigação está encerrada. A perspectiva é que tenha uma decisão final na segunda-feira da semana que vem”, afirmou Caio Cesar em entrevista à Rádio Itatiaia.

Se confirmada a previsão de Caio Cesar, a decisão final será proferida apenas 40 dias após o episódio de racismo envolvendo a torcida peruana, no jogo contra o Cruzeiro pela estreia da Libertadores, no dia 12 de fevereiro. Na ocasião, os torcedores locais emitiam sons e faziam gestos de macaco ofendendo o volante Tinga a cada toque que ele dava na bola.

O presidente do Tribunal Disciplinar da Conmebol não acredita, porém, em uma punição muito severa ao time peruano. “Acredito que o tribunal vai analisar o nível da gravidade, mas com intenção de proferir uma pena didática, não muito radical, alertando o clube e os demais que se situações como essa voltarem a se repetir as sanções poderão ser mais graves”, afirmou.

Caio Cesar não crê na possibilidade de reversão da pontuação do jogo. O Cruzeiro foi derrotado por 2 a 1, de virada, na ocasião. “Acredito que seria a pena mais grave que pode aplicar. Vejo poucas possibilidade disso acontecer, é uma pena muito rigorosa para uma situação, que claro que é grave, mas é como se fosse a última pena a ser aplicada. Acho que não aconteceria isso em uma primeira situação”, justificou.

O artigo 12 do regulamento prevê punição em multa de ao menos U$3 mil ao clube que o membro da associação ou seus torcedores realizem alguma prática racista. Porém, o tribunal poderá avaliar a situação e aplicar multas mais severas como jogar de portões fechados, a perda de mando de campo, a interdição do estádio, a perda de pontos e até mesmo a exclusão da competição.