Conmebol afasta membro do Tribunal Disciplinar do caso Tinga
Mesmo após 36 dias do episódio de racismo envolvendo a torcida do Real Garcilaso que teve como vítima o volante Tinga, do Cruzeiro, a Conmebol ainda não tomou uma decisão. Porém, nesta quinta-feira a entidade informou por meio da conta no Twitter da Copa Libertadores que tirou Adrian Leiza, vice-presidente do Tribunal de Disciplina, do caso.
“A Conmebol afastou Adrian Leiza do caso Tinga, porque o Defensor (do grupo do Cruzeiro) é do país de sua nacionalidade!”, publicou a entidade no perfil da competição no Twitter, o mesmo utilizado logo após a partida de estreia contra o Real Garcilaso, no Peru, e que disse que a Conmebol iria tomar providências.
A escolha para afastar o vice-presidente do tribunal do caso foi pelo fato de ele ser uruguaio e ter o Defensor, que também é do Uruguai, no grupo 5, e indiretamente envolvido na situação. O mesmo já havia acontecido com o brasileiro Caio César Rocha, que é o presidente do tribunal, e não pôde atuar por ter o Cruzeiro diretamente relacionado na situação.
Dessa forma, o julgamento deverá ser analisado por Alberto Lozada Añez, da Bolívia, e Orlando Morales Leal, da Colômbia. O outro membro do tribunal é o chileno Carlos Tapia Aravena, que também é do mesmo país de origem da Universidad de Chile, que também integra o grupo 5.
O Cruzeiro apresentou a denúncia que deu início ao processo no dia 13 de fevereiro. O Real Garcilaso foi notificado quatro dias depois. O clube peruano apresentou a defesa por escrito no dia 24 de fevereiro e desde então a Conmebol não se pronunciou mais sobre o caso, dizendo apenas que está sendo cuidadosamente analisado.
A repercussão do episódio ganhou forte repercussão. Tinga foi alvo de manifestações racistas de torcedores peruanos, que emitiam sons de macaco quando o volante do Cruzeiro pegava na bola durante a partida que terminou com a vitória do Real Garcilaso, por 2 a 1, em Huancayo, no dia 12 de fevereiro, na estreia do time mineiro na Libertadores.
As denúncias por parte do time estrelado envolveram não apenas o ato de racismo, mas também as condições precárias do estádio em Huancayo, que pela demora na solução do caso já abrigou outra partida entre Garcilaso e Universidad de Chile na última semana, quando os chilenos venceram por 1 a 0.
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