Nacional marca no último lance e Libertadores vai indefinida para Argentina
A primeira partida da inédita final da Libertadores entre Nacional-PAR e San Lorenzo foi divertida, apesar do estilo de jogo das duas equipes. Ambas apostavam nos contra-ataques, mas souberam como realizá-los muito bem. O problema foi que, do outro lado de cada ataque, havia uma defesa bem postada. Até que Mauro Matos, centroavante do San Lorenzo, achou um raro espaço, e colocou o time argentino com uma suposta vantagem espetacular para a partida de volta. Suposta porque aos 48 minutos do 2º tempo, Julio Santa Cruz empatou para o Nacional e coroou a emoção da partida. Agora, a final da Libertadores vai para a Argentina indefinida, em razão do 1 a 1 nesta quarta-feira (06).
O clube argentino necessitará de uma vitória em casa, no estádio Nuevo Gasómetro, na próxima quarta, para dar o título inédito a sua torcida e ao papa Francisco e apagar o apelido que tanto o persegue: Clube Atlético Sem Libertadores da América, usando a sua sigla (CASLA) como base. Já o Nacional, que via o sonho praticamente acabar até o empate no último lance, usará a superação para tentar fazer história na Argentina.
Fases do jogo: Saíram apenas cinco chutes ao gol no 1° tempo (3 x 2 Nacional), sendo que só um de cada time foi na direção correta. Mesmo assim, não faltou emoção. O Nacional seguiu, apesar de atuar em casa, com a ideia de apostar nos contra-ataques, enquanto jogava retrancado. E foi assim que, após falha do goleiro Torrico, Cáceres recebeu do escanteio e bateu de primeira para arrancar gritos de lamentação da torcida da casa, ao quase marcar aos 26 minutos. Quatro minutos depois, foi a vez de Villalba bater cruzado para o San Lorenzo e acertar a trave. No rebote, a bola tinha a direção do gol até Mauro Matos tentar marcar de letra - errou. De resto, jogo truncado, com a zaga do Nacional chegando a se atirar na bola em ataques argentinos para manter o 0 a 0 no placar.
Na segunda etapa, o jogo piorou. Mas isso até Villalba receber na direita, ver Mauro Matos entre dois zagueiros na área e cruzar. O centroavante se antecipou, bateu de primeira e a bola passou por Nacho Don. O Nacional passou a atacar mais, mas a falta de qualidade do time com a bola ficou evidente. Até que, aos 48 minutos, um lançamento do meio de campo sobrou para Julio Santa Cruz, que havia acabado de entrar, bater de direita. No ângulo.
O melhor: Villalba - Com 20 anos recém-completados, o meia do San Lorenzo tomou conta de sua primeira decisão de Libertadores. Foi quem criou as principais jogadas de perigo do time e quem deu a assistência para o gol de Mauro Matos. Ao ser substituído, aos 25 minutos do 2° tempo, ficou irritado, chegando a colocar a camisa sobre o rosto quando sentou no banco, talvez para esconder a cara emburrada que fazia.
O pior: Benitez - O ataque do Nacional praticamente não encostou na bola. Entre Benitez e Bareiro, os titulares, pior atuação para o primeiro, que foi substituído quando a equipe necessitava de um resultado melhor em casa. Julio Santa Cruz, que entrou na segunda etapa, marcou, deixando ainda mais clara a inoperância dos titulares.
Chave do jogo: A superioridade técnica do San Lorenzo, que ficou clara quando o time argentino colocava a bola no chão, trocando passes e sem correria. Não à toa, foi assim que surgiu o gol. Só que a raça do Nacional ressurgiu no último lance, dando o empate sofrido, como foi a campanha do time paraguaio até aqui, sempre com emoção.
Para lembrar:
A torcida do San Lorenzo esteve presente com mais de quatro mil pessoas no estádio Defensores Del Chaco, em Assunção, mas mais de oito mil argentinos viajaram para o país vizinho, de acordo com o departamento de imigração paraguaio.
Durante boa parte do jogo, afora a festa na entrada no gramado, a torcida do San Lorenzo cantou mais alto que a do Nacional. Vale lembrar que a torcida do time paraguaio é pequena, e que muitos fãs de outros clubes do país passaram a apoiar o Nacional na decisão.
O Nacional se tornou o 2° time paraguaio em uma decisão da Libertadores. O Olimpia é tricampeão, enquanto o Cerro Porteño, outro gigante do país, ficou para trás do pequeno Nacional.
Piatti, um dos melhores jogadores do San Lorenzo na campanha, não atuará no jogo de volta, já que se transferirá para o Montreal Impact-CAN a partir do dia 8 de agosto. A final ocorre no dia 13.
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