Do céu ao inferno em 45 minutos: como "guerra" no Uruguai reforça Palmeiras
Do placar adverso com péssimo futebol mostrado no primeiro tempo a uma virada heroica e um episódio de briga que, embora lamentável, serviu para unir ainda mais os jogadores. Esse é o resumo do lado emocional da vitória do Palmeiras por 3 a 2 em cima do Peñarol na noite da última quarta-feira (26).
A crise estava desenhada. O time brasileiro vinha de uma eliminação no Paulista e viveu dias com três episódios marcantes: Roger Guedes sofreu um trote aparentemente acima do normal no uso da força; Borja foi substituído, chutou um copo e reclamou publicamente do técnico; e Felipe Melo foi filmado pela TV Globo xingando Roger Guedes e chamando o atacante de moleque. O treinador não estava alheio a isso, questionado que era pela inconstância do time e a má fase de jogadores como Tchê Tchê. Tudo isso, somado à derrota que parecia natural após os primeiros 45 minutos, indicavam para um ambiente conturbado nos próximos dias.
Com um esquema novo, com três zagueiros de origem, o time simplesmente não se encontrou em campo. Tomou baile no gramado, foi para o vestiário perdendo por 2 a 0 e a torcida já previa o pior. Nas redes sociais, Eduardo Baptista era alvo de uma enxurrada de xingamentos e sua presença no comando já passava a ser contestada.
Eles certamente não sabiam o que estava por vir. Willian e Tchê Tchê entraram, o esquema tático normalmente treinado voltou e o Palmeiras se recuperou. Não só virou com dois gols de Willian e um de Mina, mas usou todas as dificuldades do jogo para fechar ainda mais o ambiente e estreitar os laços entre atletas e comissão técnica.
Durante o jogo, Felipe Melo e Roger Guedes, filmados brigando dentro de campo no treino de véspera, se abraçaram. Borja, substituído xingando e chutando tudo o que via pela frente na partida contra o Peñarol em São Paulo, foi até a beira de campo para cumprimentar de maneira efusiva Eduardo Baptista. E o lance nem era de gol.
Mais do que a vitória de virada, o time ainda reagiu de forma firme à confusão iniciada pelos donos da casa. Cercado por jogadores, membros da comissão técnica e até jornalistas uruguaios, os palmeirenses se aglomeraram e se defenderam de chutes e pontapés. Ficaram presos no portão e quase não conseguiram entrar no vestiário antes de evitar o pior. A atitude foi chamada de "emboscada" por parte dos palmeirenses, que mostraram unidade mais uma vez, agora no discurso. .
"Estavam falando que a gente estava com grupo rachado. E olha isso. Se a gente não tivesse se juntado tinha comido o pau! Aqui não tem mimimi. O futebol está parecendo revista de fofoca", desabafou Eduardo Baptista em meio a uma coletiva que rebateu as mais diversas polêmicas que envolveram o noticiário alviverde nos últimos dias.
Eduardo não foi o único. O diretor executivo, Alexandre Mattos, Fernando Prass, um dos líderes do elenco, e outros atletas usaram os microfones após a partida para mostrar que o episódio servirá de lição.
Além do rechaço às notícias de que o grupo está rachado, a vitória também teve importância esportiva, uma vez que deixou o clube a um ponto da vaga no mata-mata da Libertadores. A resposta em campo no segundo tempo também ajuda a apagar a má impressão deixada pelo time no duelo contra a Ponte, pelo Paulista.
Aliviado após a "guerra", o Palmeiras agora terá uma noite de festa e os discursos que estão por vir serão sempre na direção de grupo fechado e focado. O próximo desafio está marcado para quarta que vem, às 21h45, contra o Jorge Wilstermann, na Bolívia. Um empate classifica o time com duas rodadas de antecedência para o mata-mata da Libertadores.
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