Passado no Boca pesa? Piada de presidente da Argentina irrita o River Plate
A final da Copa Libertadores entre River Plate x Boca Juniors transcende as quatro linhas do gramado e a esfera do futebol. O confronto, que tem a primeira parte agendada para este sábado, a partir das 18h (de Brasília), em La Bombonera, virou assunto até na política argentina. O presidente Mauricio Macri, com passado intrínseco ao clube xeneize, criou um problema público com o outro lado da final.
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Dirigente máximo do Boca Juniors por quase 13 anos, Macri fez uma brincadeira com funcionários de um laboratório ao falar sobre futebol. Ao saber que todos os presentes eram torcedores do clube que dirigiu por mais de uma década, o presidente da Argentina quebrou qualquer protocolo. “Tem que dar desta vez, este c... do Gallardo”.
A fala de Macri, foi devidamente registrada por uma câmera de celular e viralizou na internet, ainda mais por se contrapor ao discurso público de paz e harmonia para os arquirrivais. Não demorou para o River Plate, institucionalmente falando, reagir. O presidente do Rodolfo D'Onofrio se mostrou incomodado e quebrou o discurso geralmente protocolar com o líder do país.
“Com todo respeito ao senhor presidente, creio que os dirigentes têm o dever e a obrigação, neste momento, de não fazer piadas e nem nada do estilo. Deixasse para outro momento, deixasse isso para os seus amigos. Estamos na frente disso tudo e temos que mostrar que é um jogo, é uma diversão”, rebateu, em entrevista a um programa de TV do La Nacion.
“Você não vai encontrar de minha parte ou de qualquer dirigente do River alguma exclamação que possa chegar a provocar algo”, acrescentou o dirigente.
A ordem do dirigente acabou acatada por todos no River Plate. Com exceção ao dirigente, ninguém mais no clube tratou de responder ao presidente do país e esquentar ainda mais a rivalidade. Nem mesmo o passado de Macri no Boca Juniors se tornou pauta do lado alvirrubro da Superfinal.
Mauricio Macri comandou uma das Eras mais vitoriosas da história do Boca Juniors. O hoje principal nome da política argentina assumiu o posto máximo no clube em 1995 e por lá permaneceu direto até 2007. O dirigente ainda teve uma rápida passagem entre fevereiro e junho de 2008.
Neste longo período, Macri simplesmente tornou o Boca Juniors um “bicho-papão” no futebol sul-americano. Durante a sua gestão foram 17 títulos, sendo 11 deles internacionais, em um espaço de apenas oito anos - são quatro Libertadores na conta como dirigente (2000, 2001, 2003 e 2007).
São cinco taças a mais, por exemplo, na comparação com Alberto José Armando, que simplesmente cedeu o seu nome para batizar a popular La Bombonera.
Fora os resultados práticos, o atual presidente argentino, que não escapou de polêmicas e denúncias de corrupção durante o longo período no Boca Juniors, transformou as categorias de base. Ao fechar um acordo ainda em 1995, nos primeiros meses de gestão, ele incorporou simplesmente Juan Román Riquelme às divisões menores.
Cinco anos mais tarde, Macri fechou um acordo de exclusividade com o Club Social y Deportivo Parque. No processo desta parceria, que durou até 2010, o Boca simplesmente criou nomes como Nico Gaitán, Carlitos Tevez e Fernando Gago; estes dois últimos se encontram no elenco e podem ganhar a Copa Libertadores sobre o maior rival.
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