Bernabéu vê River virar e chuva de estrelas em final sonhada pela Conmebol
Teve de tudo. Muita festa das torcidas, golaços, expulsão e uma virada por 3 a 1 do River Plate sobre o Boca Juniors. A final da Libertadores no Santiago Bernabéu, em Madri, foi um sucesso pelo que rolou dentro de campo, e a organização ao redor dela, sem relatos de violência que mancharam a decisão na Argentina. Assim, Conmebol também terminou o espetáculo como "ganhadora" em parte mesmo após o vexame em Buenos Aires, quando o duelo foi cancelada após o ataque da torcida do River ao ônibus do Boca. Assista aos gols do título do River.
No palco da decisão foram várias estrelas do futebol mundial. O predomínio, claro, de argentinos teve como maior destaque Lionel Messi. Dybala e Icardi, que atuam na Itália (Juventus e Inter de Milão), também estiveram presentes. Entre os jogadores do Atlético de Madri a maioria foi ao estádio. O atacante francês Griezmman chamou a atenção ao lado de Godin indo ao jogo com a camisa do Boca Juniors.
No confronto, o River foi aguerrido. Já parecia vencido tal o predomínio do Boca na primeira metade e a dificuldade de se ver jogos decisivos sendo revertidos. Só que a equipe do treinador Gallardo mostrou qualidade e usou da mesma raça apresentada pelo adversário nos minutos iniciais para controlar o jogo.
A torcida do Boca Juniors fez por merecer o título da Libertadores, em Madri. O apoio ao time no Santiago Bernabéu foi intenso e extremamente maior que os fãs do River Plate. Em vários momentos a sensação no estádio foi a de que Boca mandava a final no místico La Bombonera.
O enfrentamento em solo europeu era uma vantagem para o Boca visto que a segunda partida estava marcada para o Monumental de Nuñez, o campo do River, e foi adiada por conta do vandalismo da torcida local. Na Argentina, os times mandantes sediam o jogo com torcida única.
Os fanáticos pelo Boca Juniors abusaram de um repertório de canções e deixaram em silêncio os rivais. Foi curioso notar que a parte central do estádio destinada aos torcedores não relacionados ao clube tinha um domínio maior de camisas do River. Por lá, todos ficaram quietos durante toda a partida, exceto claro na prorrogação.
O jogo foi tipicamente argentino. Muitas discussões, catimba, pouca ofensividade e técnica apurada. Foram três belos gols na partida.
No segundo tempo, com o empate no placar, à medida que o tempo avançava ambas as torcidas diminuíram a empolgação. A tensão ficou clara, algo que só aumentou com a chegada da prorrogação.
O River Plate usou de uma grande vantagem com a expulsão de Barrios logo no início para controlar a prorrogação. Foi aí que a torcida do River deu o troco e pareceu ser única no estádio. O gol de Quintero em chute de fora da área fez a parte sul do estádio estremecer.
A tensão dos minutos finais também fez o silêncio prevalecer. Mas foi curioso ver o terceiro gol do River sendo comemorado já desde o início da arrancada de Martinez, que no meio-campo partiu sozinho para finalização com o gol vazio - goleiro Andrada tentava ação ofensiva em lance de escanteio -.
A nota positiva para um jogo incrível ainda fica para o comportamento da torcida do Boca Juniors ao final do jogo. Uma grande parte aplaudiu o time, e ainda permaneceu no estádio para ver a festa de encerramento da competição.
A estimativa da Conmebol era de que a final fosse assistida por mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Na edição passada, com o Grêmio campeão, a decisão teve 60 milhões de espectadores. A entidade, que tanto sofreu críticas com a escolha por Madri, tem motivos de sobra para comemorar a decisão histórica.
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