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Curinga do Barça é o homem do chefe e escolheu jogar pelo Brasil

João Henrique Marques

Do UOL, em Berlim

05/06/2015 06h00

Ao chegar no Barcelona há um ano, Luis Enrique fez o primeiro pedido aos dirigentes: o retorno de Rafinha. No elenco, o jogador brasileiro de 22 anos é quem mais conhece o técnico, sendo seu comandado no Barça B e no Celta de Vigo, clube o qual atuava emprestado na temporada passada. Sem alarde, se transformou em curinga do Barça e não reclama do status de 12º jogador que passou a carregar. Na final da Liga dos Campeões contra a Juventus, sábado, às 15h45 (de Brasília), em Berlim, ele será reserva mais uma vez.

Rafinha é filho do ex-volante da seleção Mazinho, e irmão do atacante do Bayern de Munique, Thiago Alcântara. O meia teve a adolescência vivida na Catalunha e formação em La Masia, a consagrada base do Barça. Só que diferentemente do irmão, a raiz espanhola não o fez trocar de seleção, optando assim por defender o Brasil.
 
A escolha já faz de Rafinha nome quase certo para defender a seleção olímpica sub-23 nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016: “ A sensação é maravilhosa. É um sonho que virou realidade. Sempre sonhei em poder jogar no Brasil, ainda mais na seleção olímpica. É uma felicidade enorme para mim”, disse o jogador quando teve a oportunidade de vestir a camisa do Brasil pela primeira vez em março deste ano – foi no amistoso da seleção olímpica contra o Paraguai.
O relacionamento com Luis Enrique começou em 2010 no Barça B. De lá para cá, o brasileiro só não esteve ao lado do treinador na temporada 2011/2012 – treinou o Roma e Rafinha seguiu no Barça B.
 
“Com ele eu aprendi sobre as exigências físicas de ser um profissional", assumiu o meia em entrevista à TV Barça. "Em um dos treinos que me marcou, ele me puxou para fora do grupo e perguntou: Você está bem, aconteceu alguma coisa? Eu disse que não, e ele me disse: “Bem, então comece a correr", contou.
 
O reencontro com Luis Enrique aconteceu no Celta de Vigo também por um pedido de contratação feito pelo treinador. Por lá, ele virou titular atuando assim em 27, dos 38 jogos do time no Campeonato Espanhol. Rafinha fez quatro gols. 
 
No Barcelona, o meia brasileiro teve que se acostumar com o banco de reservas. Isso, porém, não quer dizer que a participação foi baixa. Foram 17 vezes em que saiu do banco para atuar minutos na segunda etapa. Na Liga dos Campeões, isso aconteceu em cinco oportunidades.
 
A presença de Rafinha no elenco também foi fundamental para Luis Enrique aplicar o rodízio do meio-campo. São 19 vezes atuações como titular sempre em substituição a Rakitic ou Iniesta.
 
Somado os jogos como titular e vindo da reserva, Rafinha tem participação em 36, dos 59 jogos do time. É dizer: atuou em 61% das partidas. 
 
O curinga de Luis Enrique tem um gol na temporada. Ele foi marcado na vitória por 3 a 2 contra o Villarreal, em fevereiro, no Camp Nou, pelo Campeonato Espanhol. No jogo, Rafinha atuou ao lado do tridente Messi, Neymar e Messi, e ainda deu uma assistência para o gol da vitória marcado pelo camisa 10 argentino.
 
 “O Rafinha é assim: sei que posso contar com ele quando precisar. É fundamental ter no elenco um jogador assim”, disse Luis Enrique após a partida.