Velho amuleto, faixa religiosa de Neymar foi vetada na chegada ao Santos
Foi como uma viagem no tempo para Neymar.
Ao confirmar a conquista da Liga dos Campeões no último sábado, ele colocou a faixa 100% Jesus na cabeça e permaneceu com ela durante quase toda a festa do Barcelona. A atitude foi exaltada por seu pai no Instagram (ver abaixo) e remete ao início da carreira do brasileiro mais jovem a ser artilheiro da Europa. Mais precisamente, remete a 2004.
Na busca de garotos para criar times sub-12, sub-13 e sub-14 para o futsal do Santos, o então coordenador Alberto Vieira, na companhia do ex-jogador Zito, se deparou com Neymar na Portuguesa Santista. O convite para defender o maior time da cidade foi rápido e aceito pela família do garoto de 12 anos. Mas houve uma condição importante para que a união fosse selada.
"Ele sempre jogava com essa faixa na cabeça. Às vezes carequinha, às vezes pintava o cabelo meio avermelhado, mas onde ele jogou tinha essa faixa de Jesus Cristo. Foi assim no Gremetal (time de futsal de Santos) e na Portuguesa. Eu disse a ele que no Santos não iria ser legal, por isso ele nunca usou essa faixa. Foi aceito tranquilamente", explica Alberto ao UOL Esporte.
"Acho que Deus deve estar no coração e na cabeça. Não em mostrar para os outros", justifica ainda o ex-coordenador. "Nós tratávamos ele normalmente, como qualquer um. Agora não é mais assim com os garotos de hoje em dia".
Foi graças ao sucesso de Diego e Robinho a partir de 2002, aliás, que Neymar chegou ao Santos na ocasião citada. O então presidente Marcelo Teixeira expandiu as divisões de base para as categorias sub-14, sub-13 e sub-12, que tinha o agora campeão europeu como referência. "Ele era um dos nomes que nós sabíamos que atrairia outros garotos de toda a região", conta Alberto.
Apesar da conquista de um título como o Campeonato Brasileiro de 2002 e a negociação de jogadores, o orçamento das divisões de base à época era bastante limitado. Neymar chegou para jogar no futsal, mas logo foi colocado também no campo do Santos. Essa parceria, entretanto, só foi adiante graças a uma ajuda da Igreja Peniel, frequentada desde aquela época e até os dias de hoje pelo atacante do Barcelona.
As divisões de base do Santos não tinham centro de treinamento, então a Igreja Peniel custeou o aluguel de um campo na Associação Atlética Ferroviária, em São Vicente. Durante meados de 2004, foi essa parceria que possibilitou a permanência de Neymar com a camisa santista, então aos 12 anos.
Já, é claro, sem poder jogar com a faixa 100% Jesus na cabeça. Mas desde aquele momento um jogador capaz de reescrever a história do futebol.
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