O meia que o Brasil perdeu agora é o coração do Bayern de Munique
Thiago Alcântara ainda é, para a maioria da torcida brasileira, mais filho de Mazinho do que um dos grandes meio-campistas do mundo. Mas isso pode mudar em pouco tempo. Quem assistiu à goleada do Bayern de Munique sobre o Arsenal por 5 a 1 pela Liga dos Campeões deve apostar nisso.
Contra os ingleses, ele marcou dois gols e deu uma assistência. Mais do que isso, foi o grande regente do meio-campo alemão. É verdade que o chileno Vidal e o espanhol Xabi Alonso eram os responsáveis pela posse de bola do Bayern – cada um deu mais de 110 toques na bola durante os 90 minutos. Mas era Thiago quem recebia e definia como os alemães atacariam.
Cria de Guardiola
Tem sido assim durante toda a temporada. Quando Pep Guardiola era o técnico, a importância dos meio-campistas era muito mais dividida. O Bayern vencia suas partidas no volume de jogo. Com Carlo Ancelotti, as funções estão muito mais definidas e as vitórias chegam muito mais pelo talento dos jogadores. E é aí que entra o filho de Mazinho.
Aos 25 anos, ele é um dos mais talentosos meias do planeta. E só não tem um cartaz menor porque, quando chegou à Alemanha, vindo do Barcelona, teve uma séria lesão. Entre 2013 e 2015, ficou quase um ano inteiro afastado. Quando voltou, sofreu para entrar em forma e acabou sendo colocado de lado por Guardiola.
Aumento de produção
A troca de gestão foi um choque. Pela primeira vez desde que se profissionalizou, ele seria treinado por outro treinador que não o espanhol. Thiago é filho de Mazinho, mas nasceu na Itália, morou pouco tempo no Brasil e considera sua casa a Espanha, onde foi morar ainda novo. Chegou ainda adolescente em La Masia, a fábrica de jogadores do Barcelona, e foi moldado à semelhança de Xavi e Iniesta. Quando chegou ao time principal catalão, eram justamente os dois que barravam sua ascensão.
A saída para o Bayern, a pedido de Guardiola, serviu para que ele ganhasse independência. Fora da sombra das lendas do Barcelona, ele teria espaço para crescer. Precisou de três temporadas e a troca de Guardiola por Carlo Ancelotti para isso. Mas nessa temporada, ele virou protagonista. Jogando à frente dos dois volantes, ele usa sua visão de jogo e a facilidade de drible para abrir qualquer jogada. Sua média de 1,5 passes para conclusão a gol pode parecer pequena, mas não é.
Espanhol, não brasileiro
Ele é um dos que mais dribla, mais passa e cria jogadas do Bayern. Além disso, pode jogar de meia-atacante, como segundo ou primeiro volante. Sabe aquela vaga que é ocupada por Renato Augusto na seleção de Tite? Thiago se enquadraria com eficiência. Os brasileiros, porém, nunca vão vê-lo com a camisa amarela.
Ele é filho de um tetracampeão e, na infância, convivia com Romário e Bebeto. Mas optou por defender a seleção espanhola, onde viveu a maior parte da vida. “Eu simplesmente me sinto espanhol. Meus amigos são espanhóis, minha mulher é espanhola, joguei a maior parte da minha carreira na Espanha”, disse, em entrevista ao jornal inglês Daily Mail.
Ele venceu duas vezes o Campeonato Europeu sub-21 com a Espanha - e foi eleito melhor do torneio em um deles. Na seleção principal da Espanha, já soma 17 convocações. Ainda não é titular, mas não deve demorar a mudar.
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