Contra um adversário que ainda não havia perdido como visitante, apesar de brigar contra o rebaixamento, o Atlético-MG voltou a demonstrar irregularidade e apenas empatou com o Uberaba, em 1 a 1, na noite desta quarta-feira, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O tropeço em casa, no jogo que abriu a oitava rodada do Campeonato Mineiro, impediu que o time atleticano, que foi a 17 pontos, se igualasse ao rival Cruzeiro, que lidera com 19, também em oito partidas.

O técnico Dorival Júnior queria não apenas uma vitória do Atlético sobre o Uberaba, mas também uma boa atuação para apagar a má impressão deixada nos dois últimos jogos: empate com Ipatinga, em 2 a 2, e vitória sobre o Villa Nova, por 2 a 1. A exemplo do que aconteceu naquelas partidas, o alvinegro voltou a atuar mal no primeiro tempo, embora tenha dominado o adversário.

Mas, ao contrário dos compromissos anteriores, o time de Dorival Júnior não melhorou e complicou um jogo em que a vitória era cobrada pela torcida, que compareceu em pequeno número à Arena do Jacaré. O gol marcado por Ricardo Bueno, de cabeça, aos 4 min da etapa final, deu a impressão que o triunfo aconteceria. O Uberaba, no entanto, empatou aos 9 min, com Bruno Campos, e ainda teve chances de vencer.

Mandante ruim, já que perdeu os três jogos disputados nessa condição, o Uberaba é um visitante difícil de ser batido. A equipe do Triângulo Mineiro empatou seu quarto jogo longe de seus domínios, além de ter vencido um, o Guarani, por 2 a 1. Dessa forma, o clube uberabense chegou a sete pontos, mas segue na nona posição, por ter um triunfo a menos que o time de Divinópolis, o oitavo colocado. “A gente está numa situação complicada na competição e um ponto somando é importante”, disse o goleiro Fernando.

O técnico Dorival Júnior, que não havia confirmado o time na véspera, como faz normalmente, improvisou o jovem meia Bernard, revelado nas divisões de base, na lateral direita, no lugar de Jackson, que também atuava improvisado e que cumpriu suspensão. Com os retornos de Serginho e Ricardinho, após cumprirem automática contra o Villa Nova, Richarlyson começou a partida deslocado para a lateral esquerda.

“O Bernard é um garoto, sei que não é da posição, mas dei toda liberdade para ele e espero que o grupo o ajude. Já o Richarlyson na esquerda foi a função em que atuou nos 45 minutos finais no último domingo. Estamos procurando uma estabilidade para a equipe”, observou o técnico Dorival Júnior, antes do início do jogo com o Uberaba.

O primeiro tempo começou em ritmo lento, com poucos lances de gols dos dois lados. Apesar de ter maior posse de bola, o Atlético-MG tinha dificuldades para furar o forte esquema defensivo do Uberaba, que obrigou Renan Ribeiro a fazer a primeira defesa, aos 9 min, quando o veterano lateral-direito Maurinho cruzou, buscando Cristiano Brasília. O goleiro atleticano estava atento e colocou a escanteio.

O ataque atleticano, formado mais uma vez por Jobson e Ricardo Bueno, demonstrava também problemas de posicionamento, colocando-se em impedimento quatro vezes nos 15 minutos iniciais. A primeira finalização do time de Dorival Júnior foi aos 17 min, quando Ricardinho cobrou falta sofrida por Jobson. A bola saiu por pouco, levando perigo para o goleiro Fernando.

A partir deste lance e sob o comando de Ricardinho o Atlético assumiu o controle da partida. O veterano meia não apenas colocava seus companheiros em condições de concluir, como ele foi o responsável pelas principais finalizações contra o gol defendido por Fernando. A pressão atleticana era grande, mas esbarrava em erros de finalizações ou nas defesas de Fernando, como aconteceu aos 32 min, quando Renan Oliveira, livre, chutou fraco.

Na maior parte do primeiro tempo, o jogo se transformou em um embate entre o ataque atleticano e a defesa uberabense. O time alvinegro finalizou nove vezes, contra apenas uma do adversário, que se limitou a defender. O Atlético-MG, no entanto, não conseguiu abrir o marcador e os 45 minutos iniciais terminaram na igualdade sem gols.

O jovem Bernard, que foi constantemente apoiado pelos companheiros, em campo, admitiu dificuldade inicial. “No começo foi mais difícil, por mão estar acostumado com a posição, mas, aos poucos fui entrando no ritmo de jogo”, comentou. Já o experiente Maurinho, viu problemas no meio-campo uberabense. “Precisamos acertar o meio, o Ricardinho jogou, enfiando as bolas e temos de encostar mais nele, para não deixar criar as jogadas para Jobson e outros atacantes ficar de frente para o gol”, afirmou.

O Atlético-MG voltou para o segundo tempo com o meia-atacante Mancini no lugar do volante Toró, numa tentativa do técnico Dorival Júnior de deixar o time mais ofensivo. O Uberaba, por sua vez, retornou com a mesma formação da etapa inicial. E o primeiro ataque perigoso foi do time visitante. Réver bobeou, perdeu a bola para Rômulo, que chutou em cima do goleiro Renan Ribeiro.

O castigo para o Uberaba não demorou. Dois minutos depois, Jobson fez a jogada pela direita e cruzou para Ricardo Bueno, de cabeça, colocar o Atlético-MG em vantagem no placar. A alegria atleticana durou pouco. Aos 9 min, Bruno Campos, depois de chutar duas vezes, empatou a partida. Contundido, Mancini, deixou o campo aos 15 min, para a entrada de Magno. Ao mesmo tempo, Dorival Júnior substituiu Jobson por Neto Berola. O jogo seguiu equilibrado. Atlético e Uberaba ainda mandaram uma bola na trave, cada um.