Bicampeão paranaense, Marcelo Oliveira busca título 'inédito' em sua terra natal
Depois do título brasileiro com o Cruzeiro, o técnico Marcelo Oliveira acabou com a desconfiança da torcida e se tornou quase unanimidade entre os torcedores celestes. Agora, neste ano, ele tem o desafio mais complicado de conquistar a Libertadores e um mais modesto de faturar o Campeonato Mineiro e quebrar a hegemonia do rival Atlético-MG, que venceu os dois últimos estaduais, em busca de um título inédito.
Marcelo Oliveira conquistou quatro mineiros como jogador, todos pelo Atlético-MG, arquirrival do Cruzeiro, mas nunca como técnico. A experiência mais próxima foi quando comandava o Ipatinga, em 2009, quando conquistou o módulo II do Campeonato Mineiro e classificou a equipe do Vale do Aço para a Divisão Principal do Estadual, em 2010.
No ano seguinte, Marcelo desembarcou em território paranaense, onde comandou o Paraná Clube e chegou à quarta colocação do torneio. Apesar de não ter conseguido o caneco, esse trabalho abriu as portas para dirigir o Coritiba.
No Alto da Glória, o treinador ganhou destaque nacional com duas temporadas de muito sucesso. Sob o comando de Marcelo Oliveira, a equipe alviverde foi campeã paranaense em 2011 e 2012. No primeiro ano o time conquistou o título de forma invicta, com 20 vitórias e apenas dois empates.
A excelente campanha ajudou o Coritiba a entrar para o livro dos recordes com 24 triunfos consecutivos, entre 3 de fevereiro e 5 de maio daquele ano, incluindo jogos da Copa do Brasil. Em 2012, o time de Marcelo Oliveira não conseguiu repetir o feito de forma invicta, mas ainda assim foi campeão com aproveitamento de 80% dos pontos disputados.
As duas belas campanhas nos estaduais também refletiram no sucesso do clube paranaense em aspecto nacional, já que o Coritiba chegou por dois anos seguidos às finais da Copa do Brasil, nos respectivos anos. Apesar de não ter faturado o torneio nacional, o bom trabalho o credenciou a ter uma rápida passagem pelo Vasco e, posteriormente, ser contratado pelo Cruzeiro.
No clube celeste, o desempenho no Mineiro foi bom, mas ele amargou a perda do título para o rival. A equipe venceu 13 jogos, empatou um e perdeu apenas um, para o arquirrival Atlético, por 3 a 0, no primeiro jogo da final, que acabou custando o campeonato, já que no jogo da volta o os comandados de Marcelo venceram por apenas 2 a 1. Na classificação geral, terminaram com quatro pontos de vantagem sobre os campeões.
Apesar do bom rendimento com essas competições, o treinador nega que tenha uma ‘preferência’ pelos estaduais e diz que o objetivo é brigar por todos os títulos. “Não é que dou importância somente ao Estadual, dou a todas as competições, porque é um princípio como profissional. O torcedor do Cruzeiro está acostumado a grandes conquistas. Em toda a competição vamos com o objetivo de chegar a final e conquistar o título”, afirmou.
Ao contrário da temporada passada, neste ano, o time tem que conciliar a Libertadores com o estadual. Não é segredo para ninguém que o título sul-americano tenha prioridade, mas o treinador não abre mão do estadual e quer utilizá-lo também como força de preparação para o time pegar confiança e chegar longe no torneio continental, a exemplo do que ocorreu com o Coritiba na Copa do Brasil. “O Campeonato Mineiro tem tradição, o seu charme e serve também como preparação para as outras competições”, destacou.
O discurso parece padrão, mas já foi assimilado pela maioria dos jogadores. O zagueiro Dedé, por exemplo, quer comemorar o primeiro estadual da carreira. “Almejo muito conquistar, porque nunca consegui. Temos um bom elenco, vou jogar a Libertadores e o Estadual. O Cruzeiro tem que pensar em títulos, não pensar que o Mineiro é treinamento para a Libertadores, temos de agarrar a chance de ser campeão em qualquer competição”, ressaltou.
O meia Everton Ribeiro, que fez parte das campanhas vitoriosas do Coritiba, principalmente na segunda temporada, também valoriza a competição. “A Libertadores tem um importância maior, é claro. Mas como a gente está disputando o Mineiro também, tem que ganhar, não vamos abrir mão”, avisou o camisa 17.
Dessa forma, o Cruzeiro pretende encerrar a pequena hegemonia do rival no Mineiro e evitar o tricampeonato atleticano, o que não acontece desde a década de 80, e reconquistar o troféu após dois anos. A última conquista foi em 2011, coincidentemente no último ano que a equipe disputou a Libertadores.
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