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Deivid queria o Cruzeiro mais ofensivo e entende as vaias: 'faria o mesmo'

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

28/02/2016 20h08

Não há como negar. O empate do Cruzeiro contra o América-MG, que valeu a perda da liderança do Campeonato Mineiro, caiu como balde de água fria no time celeste. O clube passou o clássico todo em vantagem no marcador, mas adotou uma postura mais cautelosa no segundo tempo, buscando administrar o jogo, e acabou castigado com o gol já nos acréscimos. No fim da partida, instantes depois do empate, já no apagar das luzes, os jogadores deixaram o gramado ouvindo vaias da torcida.

Em sua entrevista coletiva após o jogo, o treinador Deivid desaprovou o comportamento cauteloso dos seus comandados, principalmente nos dez minutos finais, em que o Cruzeiro claramente tocou a bola à espera do apito final. Questionado sobre suas orientações, o técnico afirmou que a proposta de jogo era de atacar o América para ampliar a vantagem.

“Eu pedi para a gente atacar, não recuar. Pedi para a gente tentar o segundo gol, tocar a bola e administrar a partida. O adversário sairia mais, e a gente teria controle do jogo e mais chances. O América não deu nenhum chute antes do gol. Todos foram sem direção. A equipe se comportou bem até os últimos 10 minutos. Depois, não conseguimos controlar o jogo, como estávamos fazendo. Temos de trabalhar durante a semana. A gente sabe que clássico é assim, só acaba quando juiz apita”, comentou o treinador.

A impaciência do torcedor no final do jogo foi um pouco mais intensa que na partida passada por causa do resultado indigesto. Contra o Tricordiano, no final de semana anterior, o Cruzeiro passou sufoco nos minutos finais, mas segurou a vitória simples por 1 a 0. Desta vez, conforme já informado, o clube cedeu o empate e perdeu a chance de liderar na tabela. Por isso, as vaias que vieram das arquibancadas foram totalmente compreensíveis pelo treinador.

“Eu, como torcedor, faria o mesmo. Eu venho ao estádio e quero ver o time ganhar. Tomar gol no finalzinho, você sai frustrado. Clássico só termina quando juiz apita. Demos mole. Perdemos concentração, e a equipe adversária fez belo gol”, concluiu.