Longe da renovação, Valdívia tenta fazer passagem pelo Galo não ser fiasco
Valdívia completa oito meses de Atlético-MG nesta semana. Emprestado pelo Internacional por um ano, o meia dificilmente seguirá na Cidade do Galo depois de maio. Para vencer a concorrência pelo jogador, que na época era grande, o clube mineiro desembolsou R$ 1,5 milhão pelo empréstimo. Para ficar em definitivo com ele, no entanto, precisaria gastar mais de R$ 50 milhões. E a negociação para renovar o empréstimo nem sequer começou.
Até o momento, o futebol apresentado com a camisa alvinegra não vale, na opinião da direção, o investimento de 15 milhões de euros para a aquisição de seus direitos econômicos, valor estipulado no contrato entre Atlético e Inter. Como Valdívia não é titular e se apresentou muito abaixo do esperado, com números modestos (32 partidas, dois gols e duas assistências), a diretoria do Galo nem pretende tentar estender o vínculo do atleta. Pelo menos por enquanto.
Como ainda restam quatro meses de compromisso, Valdívia pode dar a volta por cima. O camisa 20 está relacionado para o duelo desta quinta-feira, contra o Villa Nova, pela terceira rodada do Campeonato Mineiro, às 18h30, no Estádio Castor Cifuentes, em Nova Lima. Mais uma oportunidade para Valdívia, que foi bastante questionado em seu primeiro jogo de 2018, já que os titulares sequer vão para o jogo. Elias e companhia seguem em treinamento de olho na partida seguinte, contra o Patrocinense, também pelo Estadual.
“Tenho de fazer minha parte. Aqui ou em outro lugar, sempre vou estar jogando meu futebol, alegre e feliz. Estou pensando em fazer um bom Mineiro e que eu possa ficar mais, até o fim da temporada. Isso é o que eu mais quero, mas não depende só de mim. Tem dois anos que não fazia a pré-temporada desde o começo e está sendo muito bom”, disse o jogador.
Mais uma chance para o meia que, com raras exceções, pode deixar o Atlético como um fiasco. Grande expectativa na chegada e pouco futebol apresentado. Contra o Boa Esporte, o jogador emprestado pelo Internacional ficou em campo durante os 90 minutos. Apesar de jogar centralizado, com a missão de armar o time, foi apenas um passe dado para o atacante da equipe, de acordo com as estatísticas do Footstats.
Apesar de ter encerrado 2017 como titular de Oswaldo, Valdívia viu seu prestígio cair no começo de 2018. A concorrência ficou maior, o jogador perdeu espaço e não vai ser fácil recuperar um lugar na equipe titular. Para os primeiros jogos do ano, a trinca de meias escolhida pelo treinador é formada por Otero, Cazares e Róger Guedes. Além de Valdívia, Oswaldo de Oliveira ainda conta com Hyuri, Erik e Luan, que podem jogar por ali. Recentemente, o clube promoveu da base os jovens Marco Túlio e Bruno Roberto, além de estar muito perto de anunciar a contratação do argentino Tomás Andrade.
Valdívia segue em alta apenas no Instagram
A expressão “pokopika” e os posts irreverentes tornaram Valdívia um sucesso na rede social, com conta verificada e mais de meio milhão de seguidores. O jogador aproveitou o efeito e até lançou produtos oficiais como capa para celular, por exemplo. O termo “poko” segue firme nas postagens, com brincadeiras, imagens dos treinos, dos jogos pelo Atlético e, com muita frequência, as fotos do filho Valdívia, que leva no nome o apelido do pai.
Esse sucesso já não é tão forte entre os colorados. Por um momento, Valdívia parecia ser mais um dos grandes talentos revelados pelo futebol brasileiro. O garoto franzino logo se destacou com gols importantes e boas atuações, que ajudaram o clube gaúcho chegar até a semifinal da Libertadores de 2015. Com bastante carisma e irreverente, logo o camisa 29 do Colorado caminhava para se tornar ídolo do clube.
Tudo interrompido por uma lesão no joelho esquerdo em novembro de 2015, pela seleção brasileira sub-23. Desde então, Valdívia nunca mais foi o mesmo. O desejo de sair do Inter após o rebaixamento no Brasileirão de 2016 já gerou certo incomodo entre os colorados, que cresceu de vez após o jogador declarar torcida pelo Grêmio na Libertadores do ano passado, já que era interessante para o Atlético, que brigava por vaga na principal competição do continente.
“Eu estou no Galo, e tudo que for a favor nosso eu vou torcer. Se o Grêmio for campeão a gente pode entrar na Libertadores. Eu tenho que torcer pelo Grêmio, porque hoje eu estou no Atlético e eu vou dar a vida aqui”, comentou Valdívia, que se queimou com a torcida do Inter e também ficou fora da Libertadores, já que o Atlético não se classificou.
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