Delegação do Inter acompanhou vitória do Mazembe em cima do Pachuca no estádio |
Antes mesmo de pisar nos Emirados Árabes Celso Roth já sabia quem é quem no Mazembe, como jogam os africanos e quais os caminhos para vencê-los, além do que não fazer para perder. Todas as informações estão em um dossiê, organizado pelo auxiliar técnico Guto Ferreira, que agrupou detalhes de outros observadores, bem como os seus, após acompanhar vídeos de partidas recentes.
No material, o adversário da semifinal foi definido como violento. Mais até do que foi no confronto com o Pachuca, do México, em Abu Dhabi. Contra a equipe do argentino Manso, foram 23 faltas cometidas. Sunzu, destacado por Guto Ferreira, acabou expulso na etapa final depois de cometer falta dura e levar segundo cartão amarelo amarelo.
Jogadores do Mazembe comemoram com Bedi (c) gol da vitória contra o Pachuca; Sunzu, destacado no relatório do Inter como um dos principais atletas, foi expulso. Singuluma também foi destacado no documento entregue para Celso Roth e a diretoria
O Internacional também espera os africanos sem nenhum pudor para arriscar. Para alguns dirigentes, o Mazembe será ‘kamikaze’ em campo, sem nada a perder. E por isso, pode complicar mais do que o esperado pela opinião pública.
Em outros membros da comissão técnica, a eliminação do Pachuca foi surpreendente. O mesmo acompanhamento feito para os africanos também tinha informações dos mexicanos, que eram definidos como melhores, tecnicamente.
O lateral-direito Nei reconhece valências de uma equipe tipicamente violenta, mas não define o Mazembe assim. “Não que seja violento, é o estilo de jogo deles. São fortes, tem vigor físico avantajado e velocidade grande. Vão chegar forte e firme, mas não violentos”, pondera.
“Estão acostumados a jogar assim. Temos que aproveitar que temos jogadores com habilidade e qualidade, tirar proveito disso”, aponta o camisa quatro do Inter.
O técnico Celso Roth também não se manifesta, publicamente, sobre a provável violência dos africanos. “O futebol africano é competitivo de muita força. Não vi nada de anormal, o futebol praticado foi competitivo, de muita marcação e com qualidade técnica. Este foi o caminho que o Mazembe fez e escolheu certo”, destacou.
Já o meia D’Alessandro espera não contar com uma marcação especial dentro das quatro linhas – o que muito possivelmente acontecerá. “Tomara que não aconteça para jogar um pouco mais tranquilo. Aconteceu o ano todo no Brasil. Saia e já tinha um cara encostado do meu lado, o jogo todo”, lembra.
“Mas estou preparado para isso. Não é a primeira vez que acontecerá”, finaliza. Inter e Mazembe se enfrentam nesta terça-feira, às 20h (14h horário de Brasília), decidindo uma vaga na decisão no Mundial, que acontece no próximo sábado. O holandês Bjorn Kuipers apita o encontro de brasileiros e africanos, no Mohammed Bin Zayed Stadium.
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