"Nosso time foi o melhor da história do Corinthians", diz Luizão sobre primeiro Mundial

Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

  • EDUARDO KNAPP / FOLHA IMAGEM

    Luizão comemora um dos seus gols pelo Corinthians

    Luizão comemora um dos seus gols pelo Corinthians

Foi no dia 14 de janeiro de 2000 que o atacante Luizão, então corintiano, fez a caminhada "mais longa" de sua carreira. Dirigiu-se para cobrar a terceira penalidade da série que decidiria o primeiro título Mundial da Fifa, após um empate sem gols contra o Vasco. Seus passos lentos para chegar a bola contrastaram com a cobrança com corrida e chute rápido, suficientes para a bola entrar no canto direito apesar do leve toque do goleiro vascaíno Hélton.

Seu chute precedeu o pênalti perdido pelo vascaíno Gilberto. Era o sinal de que aquela noite seria a apoteose do time alvinegro. Um marco que fez daquela equipe uma das maiores da história do clube. Na opinião de seu centroavante, superou todas as outras que vieram antes e depois de 2000.

"Foi a melhor equipe da história do Corinthians. Aquele time era muito bom", analisou Luizão.

Não são tantas as lembranças de Luizão sobre aquele curto período que marcou a disputa do Mundial. Isso foi há muitos anos, alegou o atacante repetidas vezes. Mas, se os detalhes se perderam no tempo, ficou uma sensação geral daquela época.

"Chegamos muito cansados àquela competição. Vínhamos de uma temporada desgastante no ano anterior. Tanto que chegamos com problemas de contusões como Edílson e Ricardinho", recordou-se. "Mas a gente queria muito ganhar. Não pensávamos nestas discussões extracampo sobre se o título valia ou não [polêmica em torno da escolha dos participantes do Mundial]. Jogamos aquela partida para entrar para história."

Dos times enfrentados naquele torneio, Luizão observou que o Real Madrid era recheado de estrelas, como Anelka e Roberto Carlos, mais forte do que o Chelsea de agora. Contra o Vasco, na visão do atacante, as chances eram iguais diante de um time com Edmundo e Romário em seu ataque.

INFOGRÁFICO ESPECIAL

  • Relembre e confira por onde andam os heróis corintianos que faturaram o título mundial de 2000

O que mais ele lembra era da amizade e do bom entendimento dos jogadores, que incrementava o rendimento em campo. Nem menciona as disputas e rixas conhecidas entre atletas como Marcelinho e Ricardinho. O Mundial foi, praticamente, o ponto final do time que dominou o futebol brasileiro por dois anos.

"Acabou a competição longa e alguns jogadores tiraram folga. E aos poucos aquela equipe foi se desmanchando", contou Luizão.

O próprio atacante rodou por mais 10 times do Brasil. Em sua longa carreira, com 17 equipes no total, o atacante também esteve perto do título Mundial em duas ocasiões: quando ganhou a Libertadores pelo Vasco (1997) e pelo São Paulo (2005). Mas, no primeiro caso, o time carioca perdeu para o Real Madrid e, no segundo, ele deixou a equipe do Morumbi antes desta levantar a taça no Japão.

Sem medo de criar polêmica, Luizão entende que ganhar o Mundial no Japão é "mais gostoso". "Envolve toda uma preparação", explicou ele.

Em relação às chances corintianas de bicampeonato no Japão, ele opinou que será um jogo igual contra o Chelsea. "50% para cada um", analisou.

São as palavras de quem aos 37 anos ainda se mantém ligado ao futebol. Aposentado há três anos, ele tornou-se empresário de futebol, representando o português Jorge Mendes no Brasil. Uma tarefa rentável, mas bem menos tensa do que caminhar lentamente, só, diante de um estádio lotado, para decidir um Mundial de Clubes.

UOL Cursos Online

Todos os cursos