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Paulista - 2019

Gol 100 de Ceni tem foguetório, comemoração exagerada e crítica velada a CBF e Globo

Ceni vibra após atingir seu 100º gol na carreira, em clássico contra o Corinthians - Rogério Ceni, goleiro e capitão do São Paulo
Ceni vibra após atingir seu 100º gol na carreira, em clássico contra o Corinthians Imagem: Rogério Ceni, goleiro e capitão do São Paulo

Carlos Padeiro e Paula Almeida

Em São Paulo*

27/03/2011 18h01Atualizada em 27/03/2011 20h35

Quase cinco minutos. Foi este período que a torcida são-paulina levou para comemorar o 100º gol de Rogério Ceni, marcado neste domingo em cobrança da falta na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians na Arena Barueri.

A marca histórica do goleiro foi atingida aos 8min do segundo tempo, quando o time tricolor já vencia por 1 a 0. E revelou um Rogério Ceni passional como poucas vezes se viu. Sempre calmo ao anotar seus gols de falta e pênalti, correndo direto para sua meta após vazar o arqueiro adversário, nesta tarde o camisa 1 extravasou.

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Após acertar a cobrança, Ceni correu em direção à torcida são-paulina atrás do gol de Julio Cesar, ajoelhou-se e tirou a camisa dourada com a qual entrou em campo neste domingo. Os outros são-paulinos, titulares, reservas e membros da comissão técnica, atiraram-se sobre ele e fizeram um ‘montinho’.

Em seguida, Ceni levantou, correu em direção ao seu gol e acenou para os torcedores das arquibancadas laterais. O árbitro Guilherme Cereta foi atrás e mostrou um amarelo pela camisa tirada, punição recebida tranquilamente pelo goleiro. "Eu passei por ele e falei 'Nunca tomei cartão, mas se o senhor quiser me dar, é seu direito, não é por ser um gol festivo que a regra tem que ser aplicada diferente'", revelou Ceni.

"Foi como tinha que ser, de falta, um gol que decidiu um jogo importante. Dedico pras minhas filhas que são os tesouros da minha vida, para o meu pai que deve estar lá no Mato Grosso e principalmente para nação são-paulina, pra entidade São Paulo que luta contra tanta coisa ruim no futebol", declarou após o jogo o goleiro, que usou o discurso para alfinetar Globo e CBF, adversárias políticas do clube na questão dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.

“O São Paulo não briga com ninguém, mas a gente vê gente no futebol que quer o bem do futebol. É justo que as pessoas pensem em qual será a emissora, mas que tenham respeito e pensem num bem maior. Um clube não pode lutar de maneira justa pelo melhor? Os presidentes deveriam caminhar juntos em prol do futebol", completou o arqueiro.

A comemoração ainda teve uma explosão de fogos de artifício logo após o gol que durou cerca de cinco minutos, continuando mesmo com a bola já rolando após saída do Corinthians no meio-campo.

Os torcedores são-paulinos deram sequência à festa entoando cantos relativos a Rogério Ceni e girando camisas brancas no ar. Enquanto isso, o goleiro corintiano Julio Cesar apenas observava, parado em sua área.

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A torcida corintiana tentou suprimir os gritos tricolores, mas só conseguiu ‘equilibrar’ o som aos 22min, quando Dentinho acertou belo chute rasteiro e diminuiu a vantagem são-paulina no placar. Uma expulsão do próprio atacante alvinegro, porém, cinco minutos depois, voltou a dar voz à torcida mandante, que não parou mais de comemorar e gritava como quando um gol a cada defesa do goleiro-artilheiro.

A festa se estendeu após a partida, com uma chuva de papel picado previamente programada pela direção do São Paulo e uma emocionada volta olímpica de Ceni no estádio.

*Atualizada às 21h53