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Paulista - 2019

Na volta à A-1 25 anos depois, Come-Fogo termina em paz e com tiração de sarro

Torcedores do Comercial exibem bandeira do clube na saída do estádio Santa Cruz - José Bonato/UOL
Torcedores do Comercial exibem bandeira do clube na saída do estádio Santa Cruz Imagem: José Bonato/UOL

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

29/01/2012 06h01

A paz reinou entre as torcidas do Comercial e Botafogo no clássico entre as equipes na série A1 do Campeonato Paulista, realizado na noite deste sábado (28), em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Os dois times não se enfrentavam na divisão de elite havia 25 anos. O Comercial interrompeu uma sequência de duas derrotas ao vencer, de virada, por 2 a 1, na casa do arquirrival, o estádio Santa Cruz.

Na saída do jogo, comercialinos e botafoguenses, estes em maior número, se misturaram sem nenhum conflito. “O Leão voltou”, entoavam os alvinegros do Comercial. Alguns torcedores do Bafo, apelido do Comercial, aproveitaram para tirar sarro dos amigos tricolores.

O HERÓI DA PARTIDA

Botafogo e Comercial não se encontravam na elite do futebol paulista desde 1986, mas o duelo entre os dois times de Ribeirão Preto deste sábado mostrou que a rivalidade só aumenta. Em um jogo cheio de tensão, inclusive com pênalti, cometido em uma falha grotesca do zagueiro Fabão, perdido pelo time tricolor, o Come-Fogo terminou com vitória do Comercial por 2 a 1, no estádio Santa Cruz, com dois gols de Elionar Bombinha, o herói do clássico.

“Duro agora vai ser aguentar a gozação. Mas a gente leva numa boa”, falou o aposentado Noel Silva, 51, que estava acompanhado do filho, Mateus, 20. Ambos culparam o técnico Lori Sandri pela derrota. “Ele errou nas substituições e não devia ter deixado o Paulinho Junior cobrar o pênalti”, falou Silva. O Botafogo errou a cobrança, aos 26 minutos do segundo tempo, e perdeu a oportunidade de aumentar o placar para 2 a 1.

“Não tenho palavras para dizer o que estou sentindo. Foram precisos 25 anos para chegar esse momento”, disse o professor de educação física  Philippe Gléria, 28, comercialino fanático. O amigo botafoguense Juliano Caparelli, 21, suportou as provocações sem problemas. “Eu não ligo”, afirmou.

No grupo, estava o também professor Fernando Moreira, 28. Todos viram pela primeira vez seus times se enfrentarem na série A1 do Paulista. “Ganhar de virada, pela primeira vez neste campeonato, e logo na casa do Botafogo, é uma sensação indizível”, afirmou Moreira.

O auxiliar financeiro Gabriel Dias da Silva, 24, também teve de tolerar a brincadeira de colegas comercialinos, entre eles o promotor de vendas Robson Eugenio, 26, o mais exaltado da turm a. “Hoje é um dia que eu quero esquecer para sempre”, declarou Silva, sob as gargalhadas dos companheiros. “Já eu estou achando tudo ótimo”, arrematou Eugenio.

O técnico do Botafogo, Lori Sandri, afirmou após o jogo que seus comandados sentiram o peso do clássico. “O time se encolheu depois do primeiro gol e deixou o Comercial dominar”, afirmou.

Com o resultado, os times de Ribeirão Preto passaram a somar, ambos, três pontos no Paulista. Os dois times perderam duas das três partidas disputadas até agora. Na próxima quarta-feira, o Comercial enfrenta o Catanduvense em casa, no estádio Palma Travassos. O rival Botafogo vai até Guaratinguetá tentar a reabilitação contra o time local.