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Paulista - 2019

Domingos rejeita rótulo de violento e diz curtir o momento 'paz e amor' no Guarani

Domingos comemora golaço na vitória do Guarani por 2 a 0 sobre o Comercial - Edson Silva /Folhapress
Domingos comemora golaço na vitória do Guarani por 2 a 0 sobre o Comercial Imagem: Edson Silva /Folhapress

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

23/02/2012 12h00

O dia 9 de setembro de 2009 ficou marcado na história do zagueiro Domingos. Naquela quarta-feira, durante um treinamento do Santos no CT Rei Pelé, ele travou uma dura dividida de bola com o goleiro Rafael, que levou a pior, quebrou a perna e ficou seis meses afastado. Desde então, o rótulo de "jogador violento" anda junto com Domingos. Tal fama o incomoda, e ele faz questão de rejeitá-la.

"Por uma jogada, colocaram esse rótulo de bad boy em mim. Não gosto de ser chamado assim, não sou assim. Sou um cara tranquilo, da paz, e só penso em fazer o meu trabalho da melhor maneira possível", afirmou o zagueiro, de 26 anos, em entrevista por telefone ao UOL Esporte. Na época, após o lance violento com Rafael, que hoje é titular do Santos, o atleta chegou a ser afastado do elenco pelo então técnico, Vanderlei Luxemburgo.

GUARANI RESGATA HISTÓRIA EM TÚNEL

  • Divulgação

    Os jogadores do Guarani terão mais uma motivação para entrarem em campo a partir de agora. Painéis com fotos históricas de jogadores, de grandes equipes do passado e da torcida foram colocados no túnel que dá acesso ao Brinco de Ouro para servirem de inspiração aos atletas antes de jogos.

"A imprensa e algumas outras pessoas tentaram colocar em mim uma fama de brigão, de violento. Mas o que importa é que quem realmente me conhece sabe como sou. Não me preocupo mais com o que dizem. Hoje, dou bola para o que meus companheiros, meu técnico (Vadão) e a diretoria do Guarani falam para mim. Cansei de ver outros jogadores fazerem pior que eu, darem cotoveladas, e nunca tiveram a mesma repercussão. Mas qualquer falta minha é sempre mais falada", desabafou.

Em relação à lesão de Rafael, o atleta, titular da defesa do Guarani, garante que não houve intenção de machucar o companheiro. Na época, enquanto o goleiro estava no hospital após realizar uma cirurgia, recebeu a visita de Domingos e, de acordo com o zagueiro, afirmou que sabia que havia sido um lance casual.

"Mas sinceramente não me importa mais. Rafael é passado, não me arrependo de nada do que fiz, nunca me arrependi. Mesmo porque nunca fiz mal para ninguém", declarou Domingos.

Em 2011, quando atuava pelo São Caetano, ele recebeu o cartão vermelho justamente em uma partida contra o Guarani. Depois, desabafou. Se disse injustiçado e afirmou que o juiz o expulsou devido à fama de violento. Hoje, quer esquecer o passado. Casado há seis anos e com duas filhas (uma de três anos e uma de 10 meses), Domingos vive no maior estilo "paz e amor" no time campineiro, que figura entre os três primeiros do Paulistão 2012.

A 'nova fase', aliás, rendeu frutos em campo. Na última partida do Guarani, o jogador anotou um golaço, matando a bola no peito e chutando com categoria. O gol passou a ser considerado por ele com um dos mais bonitos da carreira.

"Esse e um que fiz em 2004, pelo Santos, contra o Atlético Mineiro, são os dois preferidos. Foi um belo gol mesmo", comemora.

Do período no Santos, aliás, ele guarda boas recordações. No entanto, garante que até mesmo sua passagem pelo time da baixada, com o qual tinha contrato até o fim de 2011, ficou no passado.

Nesta quinta-feira, o "xerifão" tem mais uma tarefa no Campeonato Paulista. Às 21h, o Guarani duela com o XV de Piracicaba, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Dependendo do resultado da partida entre Palmeiras e Oeste, o Bugre pode terminar a rodada como vice-líder.