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Paulista - 2019

Em 2012, Felipão tenta repetir receita vencedora do Palmeiras do fim dos anos 1990

Luiz Felipe Scolari mantém seu estilo de agregar elenco e comandante linha dura - Rivaldo Gomes/Folha Imagem
Luiz Felipe Scolari mantém seu estilo de agregar elenco e comandante linha dura Imagem: Rivaldo Gomes/Folha Imagem

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

28/02/2012 06h00

A chegada e o sucesso relâmpago de Hernán Barcos ao Palmeiras destaca as semelhanças da equipe montada por Luiz Felipe Scolari no fim dos anos 1990 com a atual. O atacante argentino não é rápido, não dá pedaladas, mas é matador e faz lembrar o baiano Oséas. 

Também na linha de frente, Maikon Leite faz papel parecido com o que Paulo Nunes fazia, com um pouco menos de eficiência na hora de balançar as redes, mas se destacando pela velocidade.

Outra comparação que é facilmente percebida é entre Marcos Assunção e Arce. Os dois são os homens de confiança de Luiz Felipe Scolari, são bons cobradores de falta e lideram o elenco nas horas mais difíceis. 

No comando de tudo isso, Felipão mantém o estilo que deu certo na seleção brasileira, no Palmeiras e no Grêmio, mas fracassou no Chelsea: pilhar jogadores em torno de um objetivo e manter a ordem entre seus jogadores.

Confira a comparação entre os times dos anos 1990 e de 2012:

RÓTULONO FIM DOS ANOS 1990EM 2012
O MATADOR
Oséas, fazia o estilo trombador, sem mostrar velocidade e habilidade, mas não deixando nenhuma bola que passasse perto dos seus pés não entrar. Fez 65 gols em 172 partidas.

Atualmente, Felipão pode contar com Hernán Barcos, atacante argentino que não prima pela velocidade, não dá pedalada, nem chapéus, mas consegue balançar as redes dos adversários. Já tem quatro gols
O VELOCISTA
Paulo Nunes aparecia quando menos o adversário esperava. O atacante corria todo campo, servia muito Oséas e teve carinho da torcida pelas comemorações especiais.

Maikon Leite ainda enfrenta certa resistência por parte da torcida. Todos podem reclamar da falta da pontaria, mas é impossível dizer que o camisa 7 não é velocista ao extremo. 
PERIGO NA BOLA PARADA
Até a chegada de Marcos Assunção, Arce ganhava, de longe, qualquer eleição sobre a melhor bola parada da história do Palmeiras. Era arma fatal nas batidas e nos cruzamentos. Além disso, é homem de confiança de Felipão e é líder entre os companheiros.

Ao desembarcar no Palestra Itália, passou a ser constantemente comparado com Marcos Assunção por causa de sua precisão na hora de lançar as bolas. Atualmente, ele é o atleta do elenco que tem melhor relação com Scolari.
ZAGUEIRO "BURUCUTU"
Júnior Baiano às vezes fazia falta grosseiras, dava furadas históricas e ganhava respeito dos adversários pelo tamanho. Com vontade, ganhou confiança de Felipão e também dos palmeirenses mais corneteiros.

Leandro Amaro não sabe dar belos toques, às vezes deixa o torcedor em apuros, mas não foge de uma boa dividida. Seu tamanho e sua raça, às vezes, assustam adversários.
LATERAL VOLUNTARIOSO
Júnior é um dos jogadores mais citados como exemplo por Luiz Felipe Scolari. O treinador não cansa de citar que o atleta sabia só usar a perna esquerda e que, com o tempo, soube fazer até gol de direita.

Juninho chegou e já deixou sua marca: regularidade. Consegue correr o campo inteiro, ajuda muito na marcação e também tenta apoiar o ataque nas vezes em que vai à frente.
MEIA DE CRIAÇÃO
Alex tinha o rótulo de "sonolento", mas, quando acordava... O camisa 10 dava toques de letra, assistências perfeitas e golaços, como o genial em cima de Rogério Ceni, no Rio-SP, em 2002, no Morumbi

Atualmente, Felipão pode se dividir em duas esperanças: Valdivia, que é o mais rápido e habilidoso, além de usar a camisa 10, e Daniel Carvalho, que é mais lento, mas sabe criar perigo