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Paulista - 2019

Presidentes decidem por torcida única e PM pede prisão de 72 torcedores de Ponte e Guarani

Torcedores de Ponte Preta e Guarani estão na mira da Polícia Militar de Campinas - Arte UOL/ /ALeandro Moraes/UOL - Robson Ventura/Folhapress
Torcedores de Ponte Preta e Guarani estão na mira da Polícia Militar de Campinas Imagem: Arte UOL/ /ALeandro Moraes/UOL - Robson Ventura/Folhapress

Vitor Pajaro e Marcello De Vico

Do UOL, em São Paulo

21/03/2012 17h46

Os presidentes de Guarani e Ponte Preta deixaram a rivalidade de lado e durante a reunião realizada nesta quarta-feira decidiram que depois do dérbi deste próximo sábado, as partidas entre as equipes terão apenas torcedores do time mandante. A decisão foi aprovada pelo tenente-coronel Nelson Vicente Coelho, que confirmou ter encaminhado ao Ministério Público um dossiê solicitando a prisão de 72 torcedores das equipes.

Torcedores se unem por 'dérbi da paz'

Pelo menos por enquanto, aficionados de Guarani e Ponte Preta vêm dando mostras de que o dérbi deste sábado tem tudo para ser disputado em total clima de paz, não apenas dentro das quatro linhas. Tanto é que cerca de 200 torcedores de um grupo do Facebook denominado “Chega de violência nos Dérbis” promoverão um encontro entre bugrinos e pontepretanos nesta quinta-feira, às 20 horas, no Centro de Convivência, em Campinas.

O grupo faz um apelo para que os torcedores que queiram participar do ato não compareçam trajando uniforme de torcidas organizadas. Além disso, há também um pedido para que estejam no local apenas pessoas que, realmente, compactuam com o fim da violência nos estádios.

"O que não podemos permitir é que pessoas mal intencionadas possam entrar nos jogos, mas o cerceamento para entrar depende do judiciário. Até hoje não sei de um único ‘torcedor’ (que fez vandalismo ou se meteu em brigas) que foi punido", disse Coelho, na audiência realizada na última terça-feira.

A medida é inédita no Brasil, mas é muito utilizada na Inglaterra para banir os holligans - torcedores com comportamento destrutivo. Os torcedores, assim, seriam detidos uma hora antes da partida e liberados duas horas após o término do dérbi.

Nesta quarta-feira, ele voltou a se encontrar com os presidentes dos dois clubes, com o prefeito e outras autoridades públicas da Cidade, decidindo que a medida radical era necessária após os seguidos incidentes de brigas entre os torcedores.

"Em todos os jogos, a Polícia Militar vem filmando e mapeando todas as pessoas que se metem em confusão. Isso começou há uns dois anos e foi transformado em documento com foto e tudo, e agora foi necessário que fizemos essa sugestão ao Ministério Público. É fato que isso será estudado, mas dependerá do juiz", disse o Secretário de Comunicação de Campinas, Wilson José da Silva.

O secretário afirmou ainda que o clima na Cidade é tenso após a morte do torcedor do Guarani, espancado com barras de ferro após o dérbinho. "Os torcedores se provocam pelas redes socias, mas queremos banir essas pessoas e estimular os bons torcedores a comparecer", afirmou.

O presidente da Ponte Preta, Marcio Della Volpe, confirmou que o policiamento para a partida será reforçado e chegará a ter mil homens, entre policiais militares, civis, bombeiros e guardas municipais. "O que aconteceu no último sábado foi um fato muito isolado. Eles não são torcedores, são bandidos que muitas vezes pertencem a gangues".

O ESTOPIM

Ponte Preta e Guarani se enfrentam neste sábado pelo Campeonato Paulista no Moisés Lucarelli e o estopim para a nova confusão foi a morte de um torcedor do time bugrino, após o confronto pelo dérbinho - sub-15 e 17 - do último final de semana.

A Polícia Civil investiga o caso e apura se a briga entre os torcedores já havia sido marcada pela internet.

A assessoria de imprensa do hospital informou que o torcedor teve traumatismo craniano e torácico. Ele estava em estado grave e respirava com a ajuda de aparelhos.

As partidas pelo derbinho tiveram um esquema de segurança com cerca de 80 policiais militares, mas os torcedores iniciaram a briga nas imediações do estádio. De acordo com a PM, Ferreira foi espancado por cerca de dez torcedores enquanto estava caído no chão.