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Paulista - 2019

Documentário do Guarani mostra goleada que seria pesadelo santista no domingo

Pelé, em foto de 1962, estava em campo na goleada do Guarani em 1964 - Arquivo/Folha Imagem
Pelé, em foto de 1962, estava em campo na goleada do Guarani em 1964 Imagem: Arquivo/Folha Imagem

Antoine Morel

Do UOL, em São Paulo

12/05/2012 06h00

Em uma semana em que o Santos marcou 11 gols e não levou nenhum, pensar em uma vitória do Guarani por mais de três gols de diferença na partida decisiva do Campeonato Paulista é um sonho. Imaginar que o time de Ganso e Neymar perca o título neste domingo, às 16h, é um pesadelo para os santistas. Ainda mais depois de vencer o jogo de ida por 3 a 0. Um documentário - ainda não lançado - sobre o centenário do Guarani, porém, deixa o torcedor do bugrino com água na boca.

FILME AINDA TERÁ DEPOIMENTO DE NETO

“Sinal Verde, os 100 anos do Guarani de Campinas” ainda não está finalizado. A ideia do diretor Samir Cheida é fechar as gravações com o depoimento de Neto, vice-campeão paulista pelo Guarani em 1988, que já topou gravar. Além disso, o filme enfrenta problemas financeiros. O dinheiro vinha de um projeto da Prefeitura de Campinas, mas o repasse foi paralisado em 2011.
“Recebi R$ 50 mil [do projeto de audiovisual da prefeitura]. Estou tentando captar mais recurso para finalizar”, relatou. A vontade de Cheida é lançar o documentário em DVD como produto oficial do clube. E fazer um lançamento nos cinemas campineiros.

Tudo começa com a comparação entre o atual time santista e a Era Pelé. Se Neymar está chegando aos pés do Rei, os depoimentos de “Sinal Verde - 100 anos do Guarani de Campinas”, filme produzido pelo bugrino Samir Cheida, mostram que o time de Campinas tem um retrospecto de feitos “quase impossíveis”. Pelo menos se falarmos de 1964, quando o Guarani bateu o Santos - de Pelé, Coutinho, Pepe e Mengálvio - por 5 a 1.

Quem conta a história no documentário é o ex-lateral Diogo Ponzo Peres, hoje com 80 anos. Em campo, Diogo teve que marcar Pelé e Cia e lembra uma velha máxima do futebol no filme. O jogo é "dentro de campo".

“Ah, é aquele problema que a gente pensa em alguma coisa antes de começar, que eu sempre falo, o problema é lá dentro do campo, resolver lá dentro. Não se ganha jogo na véspera e nem antes. E esse jogo deu tudo certo, entramos e ganhamos. Ganhar do Pelé... não era só o Pelé naquele tempo, era o time todo. Era Dorval, Mengálvio, Pelé...”, contou o ex-jogador na gravação.

O filme reúne histórias de ídolos bugrinos ao longo dos 100 anos de clube (completados no dia 2 de abril de 2011). Dorival, Careca. Amoroso, João Paulo e o ex-técnico Carlos Alberto Silva são os ex-astros que dão depoimento. Diogo, porém, tem a história mais legal. Como foi ganhar de Pelé?

VEJA UM TRAILER DO DOCUMENTÁRIO

“Em 15 minutos de jogo praticamente  já estava 3 a 0 para o Guarani. Aí, quando o Santos quis acordar, já não tinha mais jeito. Administramos, fizemos mais dois gols ainda (...)  E naquele dia deu tudo certo pro Guarani, foi coeso. (...) Foi um jogo marcante para Guarani“, completou.

Diogo não marcou naquele jogo de 18 de novembro de 1964. Os gols foram de Carlinhos, aos 5min, Joãozinho, aos 7min, e Babá, aos 44min do primeiro tempo. Américo Murolo, aos 10min, e Nelsinho, aos 40min, do segundo tempo fecharam a conta. E, por mais que estivessem mesmo toda a base santista bicampeã mundial (Gilmar, Zito e Lima também estavam em campo), o gol do time da Baixada foi por uma falha do zagueiro bugrino Ditinho, que fez contra.

Em tempo: no mesmo campeonato de 1964, o Santos havia ganhado por 6 a 1 do Guarani na Vila. Pelé fez 1 só. Peixinho marcou três naquele jogo. Nos 5 a 1 para os bugrinos no returno, o time da Baixada - bicampeão mundial e muito requisitado para amistosos mundo afora - voltava de uma excursão da Europa.