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Paulista - 2019

Temor de regalias e brigas de ego fazem Nobre trocar Riquelme por três reforços

Eleito presidente do Palmeiras, Nobre se reuniu com Kleina e ouviu pedidos de reforços  - Rogério Cassimiro/UOL
Eleito presidente do Palmeiras, Nobre se reuniu com Kleina e ouviu pedidos de reforços Imagem: Rogério Cassimiro/UOL

João Henrique Marques

Do UOL, em São Paulo

25/01/2013 06h00

O novo presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, chegou para a reunião com o diretor executivo José Carlos Brunoro e o treinador Gilson Kleina na tarde de quinta-feira, na Academia de Futebol, disposto a oficializar o “não” a Riquelme. O mandatário apresentou a justificativa financeira e acrescentou problemas com o elenco que o argentino poderia causar. Assim foi apoiado por Brunoro, e fez uma promessa a Kleina: a de que o dinheiro necessário para pagar o meia é capaz de assegurar, pelo menos, três reforços requisitados.

Zagueiro, lateral esquerdo e atacante são os pedidos prioritários do treinador. Kleina compreendeu a rejeição a Riquelme por conta dos valores, mas, principalmente, pelas regalias concedidas capazes de causar desconforto entre os jogadores.

Segundo apurou o UOL Esporte, o Palmeiras já tinha se comprometido a pagar hospedagem em hotel de luxo ao jogador em São Paulo ao longo de 30 dias, além de um aluguel de carro blindado. O salário negociado foi em dólar, cerca de US$ 210 mil, o que representaria ganhos próximos a R$ 420 mil em um contrato de dois anos, com a opção de renovação por mais um.

O ex-presidente Arnaldo Tirone ainda acertou dois duelos de despedida para Riquelme, sendo o primeiro no Brasil, com clube, empresa organizadora, e jogador ficando com um terço cada da receita, e o segundo na argentina, com o meia vestindo a camisa do Boca Juniors, e tendo direito à totalidade da receita.

“O Riquelme queria saber se aqui era uma cidade segura, como seria a moradia, e não fizemos nada a mais do que lhe oferecer condições. Não tem regalia nenhuma, e era uma transação que ainda renderia dinheiro, já que ficaríamos com 50% da imagem dele. Se o presidente (Paulo Nobre) vetou não é mais problema meu”, disse Arnaldo Tirone.

Os acordos eram verbais, ainda não redigidos em contrato, mas as promessas deixaram Brunoro preocupado em não criar briga de egos no clube. O dirigente chegou a citar para Gilson Kleina o caso Mazinho, em 94, quando o volante pediu aumento salarial após disputar a Copa do Mundo, não foi atendido, e acabou negociado com o Valencia-ESP.

“Ninguém aqui coloca em dúvida a qualidade do Riquelme. Só que nem tivemos o contato com ele para saber o que pensa. O dirigente tem que ter responsabilidade de pensar em todos os aspectos”, destacou o presidente Paulo Nobre.

O novo mandatário começou o trabalho encarando críticas de diversos torcedores palmeirenses pelo veto a Riquelme. A esperança é de que o dinheiro economizado seja investido em reforços capazes de empolgar o torcedor.

“Vamos ter uma ideia dentro do prognóstico que vamos fazer a partir de segunda (28/1). Agora vamos trabalhar com a comissão técnica para ver as necessidades mais urgentes. Depois, com as competições, já vamos trazer jogadores para completar o elenco para o ano”, disse Brunoro.