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Paulista - 2019

Pé quente em clássicos, William lamenta má condução no início da carreira e rejeita apelido no nome

William (c.) com Diego e Robinho; atacante foi bicampeão brasileiro pelo Santos - Reuters
William (c.) com Diego e Robinho; atacante foi bicampeão brasileiro pelo Santos Imagem: Reuters

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

28/01/2013 06h00

O gol marcado no dérbi de sábado, na vitória por 3 a 1 sobre o Guarani, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, foi muito comemorado pelo atacante William, da Ponte Preta, que lembrou ter muito sucesso em clássicos disputados por diferentes clubes.

Ele afirmou que já havia feito gols nos três maiores rivais do Santos quando jogou pelo time da Baixada e em outros clássicos regionais. “Todo gol tem uma importância. Mas em clássico é sempre diferente. Como era meu primeiro dérbi, estava na expectativa. Já havia marcado pelo Santos contra Corinthians, Palmeiras e São Paulo, no clássico de Fortaleza e também em Santa Catarina”, falou.

“Pelo Avaí, virei carrasco do Figueirense. Foram três clássicos e cinco gols. E agora no dérbi. Quase todos clássicos que disputei fiz gols. Deus tem me abençoado bastante para fazer gols em clássicos.”

WILLIAM MARCOU UM DOS GOLS DA PONTE

  • Ponte Preta faz 3 a 1 no Guarani com gol de William

Revelado pelo Santos, William rodou por vários clubes brasileiros desde 2004 (Coritiba, Fortaleza,  Avaí, Grêmio, Atlético-GO e Vitória), além de equipes da Coreia do Sul, França e Portugal até voltar este ano para a Ponte, onde já havia jogado em 2010.

Depois de ser bicampeão brasileiro em 2002 e 2004, logo se transferiu para o futebol da Coreia do Sul e sumiu por um tempo. William havia nascido na mesma geração santista que revelou os meias Diego, hoje no Wolfsburg-ALE, e Robinho, atualmente no Milan.

No início do trio, a mesma expectativa alta de futuro destaque no futebol europeu e na seleção brasileira recaiu sobre William. O centroavante, no entanto, acabou tendo uma carreira bem mais modesta que a dos companheiros, mais voltada para o futebol nacional e com rápidas passagens pela Europa.
 
William, 29 anos, diz que a opção por se transferir muito cedo para o futebol coreano, então com 21 anos, atrapalhou um pouco, assim como a condução de sua carreira, não tão bem feita como pelos dois ex-companheiros, apesar de admitir que ambos voaram mais alto.

“Quando surgimos, ele tiveram ascensão bem maior do que a minha, não posso deixar de falar. Eles foram melhores assessorados, tiveram pessoas por trás deles. Eu perdi oportunidades quando voltei da seleção sub-20. Fui muito novo pra Coreia, dei uma apagada. Não é que fui esquecido, mas é difícil de verem jogos da Coreia. Eles tiveram uma assessoria melhor do que a minha”, falou.

William se disse feliz na Ponte Preta e diz hoje ser um jogador bem melhor do que o jovem que surgiu no Santos. Diz estar em um clube grande, mas admite que poderia ter chances em clubes de um eixo maior. Porém, vê sua carreira como vitoriosa.

“Considero a Ponte Preta um time grande. Capacidade eu sempre tive para jogar [em grandes clubes]. Eu sempre fiz trabalhos sérios e me dediquei. Injustiçado? Não vou dizer que fui injustiçado. Sou feliz por todos os lugares onde passei. Se tivesse chance de estar em um clube grande centro, estaria. Mas não me sinto injustiçado. Tudo que aconteceu na minha vida foi detalhado. Mais poderia ter mais oportunidades no cenário, isso talvez sim. Mas sou feliz com o que tenho”, falou.

“Antes eu era afobado, corria muito. Quando você é garoto, quer demonstrar que pode fazer as coisas. Agora, mais maduro, não. Não vou em uma jogada que só vou me desgastar. Quando você fica mais experiente, conhece melhor os detalhes dentro de campo. Hoje tenho mais calma para finalizar”, continuou.

Apelido

William chegou a ter um apelido, não tão difundido a ponto de incorporar seu nome, de Batoré, pela suposta semelhança com um humorista brasileiro do mesmo nome.  O apelido foi dado pelo apresentador Milton Neves.

O atacante não se incomodar com quem chama pelo nome, mas prefere ser conhecido apenas como William dentro do futebol. “Na crônica esportiva é assim, a pessoa falou, e as outras falam depois. A torcida se envolve”, falou.

“Os companheiros falam às vezes nos momentos de brincadeira. Por eles é normal. Mas pela imprensa prefiro não ser chamado, não gosto muito que pessoas que não me conheçam digam. Quando me chamam assim, não dou muito ibope. Não me incomodo com isso, mas prefiro que me chamem pelo meu nome”, finalizou.