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O que fez o São Paulo mudar meio time entre um Penapolense e outro?

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

25/03/2014 06h00

Rogério Ceni, Paulo Miranda, Lúcio, Rafael Toloi e Carleto; Wellington e Denilson; Jadson, Ganso e Osvaldo; Luis Fabiano: foi esse o São Paulo que entrou em campo contra o Penapolense há um ano, vestido com uniforme inteiro vermelho e com Ney Franco no comando, no dia 28 de abril de 2013. Seis jogadores – mais de meio time – deixaram o time titular do São Paulo em relação à equipe que reencontra o clube de Penápolis nesta quarta-feira, nas mesmas quartas de final do Paulistão.

Esse mesmo furacão que trocou mais de meio time derrubou também diretor de futebol e técnico. Em 2013, o São Paulo viveu uma crise inédita. Cada um dos seis que deixaram a equipe, no entanto, guarda um motivo especial para a própria decadência. Douglas, Rodrigo Caio, Antonio Carlos, Alvaro Pereira, Maicon e Dorlan Pabon dão a nova cara ao São Paulo atual.

Nesse Paulistão, passada a turbulência de 2013, o técnico Muricy Ramalho passou a montar o time a partir de testes. O time titular que enfrenta o Penapolense começou a ser desenhado a partir das boas exibições no empate com o Santos e na vitória sobre o Corinthians.  Abaixo, os motivos que levaram às mudanças.

Paulo Miranda: lateral ou zagueiro?
Reinaldo Canato/UOL

Ele era titular absoluto da lateral direita com Ney Franco. Quando enfrentou o Penapolense em 2013, vinha de ótimo segundo semestre de 2012 como lateral direito. O zagueiro foi encontrado por Ney Franco na nova posição. Depois, balançou com Paulo Autuori e perdeu a posição com Muricy Ramalho. O atual treinador prefere tê-lo como alternativa na posição de origem. Para a lateral, prefere Douglas – titular na próxima quarta-feira – ou Luis Ricardo, para ter uma saída de bola mais qualificada.

Lúcio: quando saiu estava 0 a 0...
Leonardo Soares/UOL

Hoje no Palmeiras, Lúcio foi a principal contratação do São Paulo para 2013. Titular nas quartas de final do ano passado, caminhava para a derrocada no Morumbi. Já tinha vivido o primeiro atrito com Ney Franco, ao ser substituído na Argentina, em jogo contra o Arsenal de Sarandí, pela Libertadores: “Quando eu saí estava 0 a 0”, disse ao desembarcar no Brasil – o São Paulo perdeu após a substituição. Meses depois, com Paulo Autuori, foi afastado permanentemente por suposta conduta antiprofissional. No fim do ano, antecipou a rescisão de contrato e foi para o rival. Hoje a vaga é de Rodrigo Caio.

Rafael Toloi: de preferido a emprestado
EFE/Mario Ruiz

A preocupação da diretoria do São Paulo no fim de 2012, ao conquistar o título da Copa Sul-Americana, era contratar um zagueiro para atuar ao lado de Rafael Toloi. Não existia confiança em Rhodolfo, titular na época. Lúcio foi a opção. Mas assim como o veterano pentacampeão mundial, Toloi não suportou a crise que aconteceria meses depois. Passou a falhar constantemente e, com Muricy, deixou o time titular. Hoje Antonio Carlos é o dono da posição. O São Paulo emprestou Toloi à Roma com a intenção de recuperá-lo ou vende-lo, mas o zagueiro não conseguiu jogar na Itália e voltará ao Morumbi em julho. Provavelmente para o banco de reservas.

Carleto: achado, lesionado e descartado
Fernando Donasci/UOL

Desde 2010 no São Paulo, o lateral esquerdo Carleto viveu em três temporadas todo o tipo de situação no clube. Hoje está emprestado pela quarta vez, para a Ponte Preta, mas antes foi de afastado a titular absoluto. Após o isolamento a Cortez, no primeiro semestre de 2013, Carleto deixou o ostracismo e assumiu a vaga. Pouco depois, sofreu grave lesão no joelho e teve de passar por cirurgia, que o tirou do futebol por mais de um semestre. Quando voltou, com a expectativa de ser reintegrado, foi informado que não fazia parte dos planos de Muricy. Agora o titular é Alvaro Pereira. Reinaldo é o reserva e o argentino Clemente Rodríguez ainda está no elenco.

Denilson: ultrapassado pelo reforço
Fernando Donasci/UOL

Descrito por Ney Franco como “taticamente perfeito” e elogiado por outros treinadores, Denilson também contou com o respaldo de Muricy Ramalho. Ao retornar em meio à crise, o técnico avisou logo de cara que seus volantes seriam Maicon e Denilson, sob a argumentação de que o futebol moderno pede jogadores dessa posição que saibam jogar com a bola no pé – que participem da construção, e não apenas da destruição. Denilson manteve a titularidade durante os primeiros meses, mas foi ao banco de reservas em 2014. Muricy achou no reforço Souza um melhor primeiro volante, e preferiu manter Maicon como organizador pela qualidade com a bola nos pés.

Jadson: deslocado e ineficaz
Fernando Donasci/UOL

O São Paulo teve em Jadson seu melhor jogador durante o primeiro semestre de 2013. Os momentos ruins do ex-camisa 10, nesse período, foram quando ele foi obrigado a jogar como ponta direita, e não como armador, para que Paulo Henrique Ganso pudesse atuar entre os titulares. Sem conseguir exercer a nova função, perdeu espaço no segundo semestre – após participar da Copa das Confederações com a seleção brasileira – no montagem de time de Paulo Autuori. Quando Muricy assumiu, fixou-se no banco de reservas. Sem agradar ao novo treinador, teve péssimo desempenho na pré-temporada de 2014 e entrou na negociação com o Corinthians que levou Alexandre Pato ao São Paulo. Na ponta direita, hoje, joga o colombiano Dorlan Pabon.