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Árbitro de vídeo "estreia" com pênalti no minuto final e muita discussão

Clélio Tomaz/AGIF
Imagem: Clélio Tomaz/AGIF

Do UOL, em São Paulo

07/05/2017 18h56

Deu muita discussão a primeira partida do futebol brasileiro em que a arbitragem teve replays em vídeo à disposição. Nos acréscimos da primeira final do Campeonato Pernambucano, o Salgueiro arrancou empate em 1 a 1 com o Sport convertendo, aos 56 do segundo tempo, um pênalti que rendeu polêmica.

O árbitro de campo foi José Woshington da Silva, que não foi mal durante o desenrolar da partida mas teve que lidar com a Ilha do Retiro inteira o pressionando no último minuto. Ele viu falta de Raul Prata em Toty e marcou a penalidade máxima. Então conferiu o lance no vídeo por vários minutos e confirmou a infração. Jean Carlos converteu e empatou para o Carcará.

A reclamação após a partida foi geral por parte do Sport. Envolvido no lance duvidoso, Raul Prata criticou a falta de acréscimos após o empate, ainda que a infração tenha sido marcada no último minuto do tempo extra — aos 49 minutos. O técnico rubro-negro, Ney Franco, desaprovou a marcação do pênalti.

“A gente acabou de ver na TV, e até já tinha a ideia de que não tinha sido pênalti. É lamentar porque o árbitro errou duas vezes: errou durante a partida e de novo vendo o vídeo”, reclamou o treinador em dura crítica.“É pena que foi feito todo um aparato, e infelizmente eles erraram. Deveriam colocar um árbitro mais experiente para isso, com uma capacidade cognitiva melhor. Além de toda a demora enorme para definir isso, praticamente seis minutos”, disparou.

Ney Franco avisou, logo no início da entrevista coletiva, que não queria falar duas vezes sobre o árbitro de vídeo. Mas não negou responder quando foi novamente perguntado. “Se o árbitro foi lá ver a televisão, é porque na TV não foi pênalti”, argumenta. “Então isso tem que ser definido e também tem que ser experimentado mais. Houve um impedimento claro, no ataque do Salgueiro, em que o bandeirinha deixa seguir talvez acreditando que, se saísse o gol, seria anulado. Mas aí há um escanteio, e com o escanteio morre tudo.”

Foi predefinido pela Comissão de Arbitragem da CBF que o árbitro de vídeo só seria usado na partida em situações específicas. O recurso esteve liberado para revisão ou confirmação de gols, expulsões, pênaltis e identificação na punição de jogadores. A Federação Pernambucana de Futebol ainda não sabe se poderá contar com o vídeo na segunda final do Estadual, marcada para 18 de junho.

O que aconteceu?

Toty caiu na área do Sport aos 49 do segundo tempo, e o árbitro de campo deu pênalti. Então ele se comunicou via aparelho com alguém, presumivelmente o árbitro de vídeo, Péricles Bassols. Após ouvir por alguns instantes, José Woshington da Silva foi até o local onde estava Bassols para analisar o lance novamente e rever ou confirmar sua decisão. Vários minutos se passaram, e a tensão em campo aumentou. Jogadores de Sport e Salgueiro pressionavam os bandeirinhas enquanto a decisão era tomada com base nos replays. Seis minutos após a marcação da falta, a arbitragem sustentou a penalidade.

Árbitro explica polêmica na súmula

Na súmula da partida, José Woshington da Silva escreve sobre a celeuma que se sucedeu à marcação do pênalti. "Como o lance foi ajustado e por se tratar de pura interpretação em que o árbitro de vídeo não poderia opinar, resolvi fazer o sinal do desafio e analisar o lance no vídeo", explica o árbitro. Ele ainda esclarece que reexaminou a jogada diante do visor e em companhia do quarto árbitro. "Analisei a situação e confirmei a marcação da penalidade."