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Mais seleções africanas que sul-americanas nas oitavas?
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Temos a chance de ver mais africanos do que sul-americanos nas oitavas de final de uma Copa do Mundo, algo inédito na história. Senegal já assegurou sua vaguinha, mas Marrocos está com os dois pés dentro (só precisa empatar com o Canadá, país que acaba de marcar seu primeiro gol na principal competição futebolística do mundo e não deve oferecer grandes resistências) e Gana tem todas as condições para carimbar sua passagem também, o que teria ainda um sabor todo especial, pois significaria eliminar o responsável por uma das maiores injustiças da história das Copas, o Uruguai.
Vocês se lembram das quartas de final da Copa de 2010, quando Luisito Suárez meteu a mão na bola na linha do gol, para impedir o tento de Gana no último lance da prorrogação? Suárez foi expulso por isso, mas Asamoah Gyan desperdiçou a cobrança. E, na disputa por pênaltis, o Uruguai acabou se classificando, com direito a uma cavadinha sem-noção de El Loco Abreu na última cobrança. Seria a primeira vez de uma seleção africana nas semis, não fosse a mão criminosa de Luisito. Tranquilamente pode-se dizer que, para Gana, esse jogo equivale ao Maracanazo (quando perdemos a final de 1950, no Brasil, para o próprio Uruguai), ou até ao nosso 7x1 que dispensa maiores comentários.
Pois bem, está nas mãos de Gana dar um troco bem dado no Uruguai e ainda garantir a maior presença africana em oitavas de finais de uma Copa! Um empate pode ser suficiente, mas a vitória é melhor. E, por mais que eu seja sul-americana e adore o país Uruguai, não escondo que a minha torcida é por Gana nessa partida. E, se ninguém for me crucificar, minha torcida é para Camarões também, na última partida da primeira fase contra o Brasil, pois ainda tenho esperanças de eliminarmos a Suíça e a Sérvia de uma tacada só. Não tem melhor partida para o Brasil, já classificado, entrar cheio de desfalques do que essa.
De qualquer forma, há bons motivos para tristeza, quando pensamos no predomínio europeu que essa Copa está revelando. É possível que tenhamos 9 ou 10 europeus nas oitavas, repetindo o que aconteceu na Copa de 2018 na Rússia, quando 6 não europeus chegaram às oitavas e apenas o Brasil às quartas (aquela derrota doída para a Bélgica por 2x1). A mudança que havia se desenhado nas Copas de 2010 e 2014, com quase empate entre europeus e sul-americanos nas oitavas (6x5, respectivamente), reverteu-se completamente na última Copa. Será isso um mero acaso ou sinal de crise para o futebol sul-americano?
Importante mencionar ainda que o feito africano, se concretizado, compensaria 2018, quando nenhuma de suas seleções se classificou para as oitavas. Desde 1986 que seleções africanas marcavam presença nessa fase. Será que, no Qatar, veremos alguma delas abalando o predomínio europeu? É a minha sincera torcida.
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