Be patient: não dá para fritar treinador com apenas um mês de trabalho
Todo ano é a mesma coisa, e a gente não aprende. Estamos no começo de fevereiro e a corneta já está cantando alto por conta de maus resultados no Estadual. Vamos com calma. Qualquer avaliação definitiva sobre o trabalho de um treinador é muito precoce.
Tiago Nunes, por exemplo, ainda tem um time confuso. Um Luan perdido e omisso. Uma linha de ataque sem peças para dividir a responsabilidade com o novo camisa 7. E uma bomba prestes a estourar na quarta-feira. Vai ter que dar um jeito e desarmá-la a tempo. E o problema é justamente esse: tempo não tem. Mas não é em um mês que se consegue mudar tudo e fazer o time voar.
A mesma tranquilidade merece Luxa no Palmeiras. Jesualdo no Santos. Coudet no Inter. Dudamel no Galo. Odair no Fluminense. Mas quando o treinador já está com a imagem desagastada, fica mais difícil ganhar o bônus da paciência - bênção rara no futebol do Brasil, um país impulsivo e em eterna crise de ansiedade. Foi o caso de Valentim no Botafogo. É o de Abel Braga, pelos anos sem títulos e um 2019 terrível, e de Fernando Diniz, sempre questionado por ser o time da posse de bola, das chances criadas e da derrota no placar. O Renato é um caso à parte porque goza de uma moral absurda no Grêmio.
No final de 2020, vamos rir de todos as previsões precipitadas e equivocadas que fizemos em fevereiro, do peso descabido que foi dado a derrotas para times do interior e das demissões absurdas que foram feitas no começo do ano. Nessa hora, cabe um be patient!
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