Palmeiras mostrou como o equilíbrio emocional de um time faz a diferença

Entre terça e quarta-feira, tivemos confrontos de equipes brasileiras tanto na Libertadores como na Sul-Americana. Mas quero falar primeiro do grande jogo da rodada: o empate por 2 a 2 entre Atlético-MG e Palmeiras, no Mineirão lotado — e, como sempre, com a torcida do Galo dando espetáculo.

O Cuca amassou o time do Abel Ferreira no primeiro tempo, perdendo diversas chances e fazendo o primeiro gol só no final da etapa, de pênalti, com o Hulk. A dúvida que eu tinha era como o Palmeiras iria voltar. E, logo de cara, vimos que nada tinha mudado: o Galo fez o segundo gol em dois minutos, em uma linda jogada do Keno e toda a infelicidade do ótimo zagueiro Murilo, que fez contra.

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Pensei comigo: "Vai ser uma goleada". Porque o Atlético-MG continuou marcando pressão, roubando diversas vezes a bola na defesa do Palmeiras, e indo para cima. Mas, de repente, tudo mudou com uma falta muito bem batida pelo Scarpa, que bateu no travessão, e o mesmo Murilo fez o primeiro gol do Palmeiras.

O time do Cuca e sua torcida sentiram o golpe, e o Verdão começou a jogar usando os espaços deixados no meio e na defesa do Galo. E foi apertando...

Dudu perdeu um gol incrível, já mostrando o que estava por vir, quando novamente de bola parada (um escanteio com Scarpa batendo muito bem na segunda trave), Dudu cabeceou para o meio e Danilo, muito bem posicionado, empatou nos acréscimos um jogo que estava praticamente perdido.

O Cuca armou muito bem o seu time. Motivou os jogadores que entraram em campo para atropelar o Palmeiras, mas o Atlético-MG ainda é um time sem confiança. Do contrário, poderia até ter conquistado a classificação nesse jogo.

Achei que ele errou em não colocar logo após o primeiro gol do Palmeiras um jogador com a experiência e o talento do Nacho Fernandes. Não sei se evitaria o resultado, mas o treinador, se tem alguém como ele no banco, deve usá-lo.

Outro problema do Galo foi o abatimento após levar o primeiro gol. Aparentemente não tinha motivo para isso, porque estava dominando o jogo desde o início. Mas quando se tem um time numa fase ruim, e com os jogadores sem muita segurança, isso acontece mesmo. Por isso repito: assim que tomou o primeiro gol, Cuca deveria ter colocado o Nacho, o que ele só fez aos 35 minutos do segundo tempo (o gol foi aos 13).

Já o Abel foi pego de surpresa: talvez não esperasse que o Atlético-MG fosse para cima o tempo todo. Normalmente se fala que é preciso segurar o ímpeto do time da casa por pelo menos uns 20 minutos, porque depois a torcida pega no pé. Mas isso não aconteceu — o que foi uma surpresa.

O Palmeiras demonstrou novamente ser uma equipe muito bem preparada emocionalmente nos momentos difíceis e quando viu que o Galo tinha ficado abatido com o gol do Murilo, em vez de segurar uma derrota por um gol de diferença fora de casa, foi atrás do empate. Na realidade, poderia ter vencido a partida se o Dudu não tivesse perdido aquele gol incrível.

O Abel teve muito mérito nesse empate, principalmente quando tirou o Veiga (que saiu com uma possível contusão, e não estava jogando bem) e colocou o Gabriel Menino. Foi daí em diante que começou a reação.

Só acho que ele demorou para fazer essa mudança. Mas conseguiu um resultado incrível, e vai jogar a segunda partida no Allianz Parque lotado, com o time super motivado, com a autoestima lá em cima, e cheio de confiança, diante de um Galo provavelmente abatido.

Gustavo Gómez e o Keno foram muito bem, mas o Scarpa foi o cara da recuperação palmeirense — portanto, o melhor do jogo, na minha visão.

São Paulo não joga bem, mas consegue vitória importante em casa

O São Paulo conseguiu uma importante vitória por 1 a 0 contra o Ceará, mas não jogou bem. O Tricolor fez um péssimo primeiro tempo, com o time cearense tendo mais chances e com merecimento de sair com a vitória.

No segundo tempo, o time do Rogério melhorou, principalmente depois da entrada do Nikão, que fez o gol da vitória. Calleri teve a chance de matar o jogo, mas perdeu o pênalti que ele mesmo sofreu.

Depois disso, só deu Ceará até o final da partida, que pressionou muito, procurando o empate. Não conseguiu, mas não levou um resultado ruim para o jogo de volta em Fortaleza.

Achei que o Rogério poderia ter voltado do intervalo com o Nikão no lugar do Luciano, que não estava bem na partida. Já o Marquinhos armou o seu time muito bem, e foi agressivo desde o início do jogo. Para mim, merecia pelo menos o empate.

Esse confronto está totalmente aberto, mas vejo um pequeno favoritismo para o Ceará, por jogar a partida decisiva em casa.

Além do Palmeiras e do São Paulo, também gostaria de destacar a ótima vitória do Atlético-GO, na terça-feira, contra o Nacional, em Montevidéu, por 1 a 0, exatamente na estreia do Luis Suárez. E ainda teremos mais dois brasileiros em campo hoje: o Athletico-PR, que enfrenta o Estudiantes na Libertadores, e o Inter, que pega o Melgar na Sul-Americana.

❤️☮️✌️