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Neymar e Mbappé vivem ambiente péssimo no PSG, para a surpresa de ninguém

Mbappé e Neymar estão em rota de colisão - Koji Watanabe/Getty Images
Mbappé e Neymar estão em rota de colisão Imagem: Koji Watanabe/Getty Images

Colunista do UOL

17/08/2022 04h00

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Alguém se surpreendeu com o péssimo ambiente entre Mbappé e Neymar?

Para começar, o Neymar nunca foi legal com companheiros que não fossem seus "parças". Ou alguém já esqueceu do que ele fez com o Cavani quando chegou ao PSG?

O uruguaio é o maior artilheiro da história do clube e já estava lá há um bom tempo quando chegou o Neymar, um cara mimado e infantil. E que, com a ajuda ridícula do Daniel Alves, protagonizou uma das cenas mais feias que já vi dentro de campo.

Primeiro foi o pênalti que Neymar não deixou o Cavani cobrar (e o uruguaio era o batedor de pênaltis oficial do time na época). Depois foi ainda pior: quando o uruguaio iria bater uma falta, o Daniel — com toda falta de educação e respeito — tomou a bola dele e deu para o seu "chefe" realizar a cobrança.

Com Mbappé, a incompatibilidade estava anunciada, porque o francês não foi para o Real Madrid com a promessa de que poderia mandar em tudo: escolher diretor, treinador, mandar embora jogadores — e na lista de dispensa do francês estava o Neymar.

Isso tudo porque Mbappé queria ser o ídolo máximo do PSG? Talvez. Mas acho que não só isso. A falta de profissionalismo do melindrado Neymar deve ser insuportável para um campeão do mundo e melhor jovem da Copa da Rússia em 2018. O PSG ofereceu o brasileiro até para Marte (ok, não para Marte, mas para alguns times europeus sim, como a Juventus, como me disseram amigos de Turim, cidade onde joguei), mas ninguém quis bancar um cara egocêntrico, que não joga para o time e tem altos salários.

Mas aí chegou um novo treinador, Christophe Galtier, e ele bancou Neymar. O Mbappé, provavelmente contra a vontade, topou a permanência do brasileiro. Mas, no último sábado, já na segunda rodada do Campeonato Francês, o vulcão já entrou em erupção.

No jogo contra o Montpellier, o francês bateu o primeiro pênalti marcado e perdeu. Na segunda penalidade a favor do PSG no jogo, o Neymar foi lá e quis bater. Acho que Mbappé aceitou a contragosto, e o brasileiro fez gol.

Até aí nada de anormal, apesar de eu achar que o Neymar não deveria se intrometer e deixar o Mbappé bater e tentar se recuperar na partida. Mas o pior ainda estava por vir.

Torcedores criticaram o francês por ter abandonado uma jogada ao não ter recebido uma bola, que foi passada para o Messi — até aí, é problema dele. Mas aí o Neymar vai lá e curte postagens que criticam Mbappé. Na minha opinião, isso é ser traiçoeiro. Com qual intenção ele fez isso? Para aproveitar o seu bom começo de temporada e puxar o tapete do companheiro.

O Neymar é um jogador supertalentoso, mas que nos últimos tempos trocou a condição de atleta para a de celebridade. Por seu desespero de querer ser o centro das atenções a todo custo, ele jamais aceitará o papel de coadjuvante de uma equipe.

Neymar saiu do Barcelona por não querer continuar sendo a sombra do Messi. E, claro, fizeram a cabeça dele dizendo que no PSG ele seria o melhor do mundo, ganharia a Champions sozinho e, com isso, a Bola de Ouro. Mas ele não tem uma liderança natural.

E, repito, fazer gols no Campeonato Francês não muda em nada a imagem dele na Europa, porque ele não decide jogos da Champions faz um bom tempo (na última edição, nem um gol fez).

Podem achar que sou muito rígido com ele, e talvez eu seja mesmo. Mas a intuição que tenho é que ele será outra vez uma figura inexistente na Copa do Mundo.

Aí podem me perguntar: por que você acha isso?

Além de tudo que já escrevi acima, não tenho nenhuma confiança nele. Acho que o Neymar vai se preocupar em querer aparecer em vez de jogar bola, como foi em 2018.

Não vejo nada nos últimos anos que possa me fazer mudar de ideia, e quero deixar bem claro que ele não precisa provar nada para mim nem para ninguém, mas confio muito na minha intuição.

Não desejo o fracasso do Neymar. Quero estar presente, se possível, a mais um título mundial do Brasil como foi em 2002, porque a sensação desse prazer é ótima. Mas o Tite colabora com o egoísmo do Neymar em campo.

Vou prestar muita atenção em todos os capítulos dessa história até a Copa do Mundo.

O que vai me interessar como base de análise será a Champions League. É ali que os grandes jogadores aparecem e decidem partidas importantes, como fizeram Benzema, Vinicius Jr, Modric e o garoto Rodrygo. O Campeonato Francês não conta para nada para essa avaliação.

Mas, se o ambiente já não era legal Neymar e Mbappé, pensem agora como está o vestiário do PSG...