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Final do Brasileiro Feminino promete ótimos jogos, mas sou mais Corinthians

Jogadoras do Corinthians comemoram a classificação para a final do Brasileiro Feminino - Mauro Horita/CBF
Jogadoras do Corinthians comemoram a classificação para a final do Brasileiro Feminino Imagem: Mauro Horita/CBF

Colunista do UOL

13/09/2022 04h00

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O Campeonato Brasileiro já tem a sua final definida: será entre Internacional e Corinthians, em duas partidas (como a Milly Lacombe já destacou na sua coluna). A primeira será no Beira-Rio, no dia 18 de setembro, e a partida de volta será na Neo Química Arena, no dia 25.

Vi uma semifinal entre dois rivais paulistanos, Corinthians e Palmeiras, com pleno domínio corintiano. Na Neo Química, o Corinthians venceu com um placar mais apertado (2 a 1), mas mandando no jogo todo e poderia ter conquistado uma goleada. Quero destacar o gol da corintiana Adriana, que deu uma pancada cruzada pegando a goleira palmeirense Jully de surpresa, marcando um golaço. Já no Allianz Parque, o time do Parque São Jorge deitou e rolou, goleando as rivais por 4 a 0, no sábado (10).

Adoro esse time do ótimo treinador Arthur Elias, que realmente é o melhor time brasileiro e um dos melhores da América do Sul já há algum tempo. Um time seguro, rápido e muito técnico, com ótimas jogadoras que, muitas vezes, vencem dando espetáculo. É assim que a torcida gosta de assistir a partidas de futebol.

Como corintiano, tenho as minhas ídolas no time também. Sou fã da Tamires, da Gabi Zanotti, da Gabi Portilho (aliás, é a que mais gosto) e da Adriana. Sabe, sou daqueles torcedores pra quem meus ídolos nunca jogam mal. Mas é uma questão de gosto mesmo, porque todas são excelentes jogadoras.

A outra semifinal foi mais equilibrada. Com um empate no Beira-Rio por 1 a 1, o São Paulo teve tudo para conquistar a vaga na final jogando no Morumbi. O Inter fez um jogo seguro, sofrendo em alguns momentos com a pressão do time tricolor, mas sem muita convicção.

Ontem (12), as coloradas saíram vencendo no primeiro tempo por 1 a 0, com gol da Maiara (Mai Mai), numa bela jogada, finalizando com um chute forte e seguro. O Tricolor pressionou, mas bateu um forte nervosismo conforme o tempo foi passando.

O Inter vacilou nos contra-ataques que armou, porque poderia ter matado o jogo. E no final aconteceu o inesperado: pênalti feito pela zagueira Benites (sem querer) e muito bem marcado pela árbitra. Mas na hora da batida, Micaelly escorregou e não bateu como queria. Isso não tira o mérito da ótima defesa da goleira Mayara com os pés (tipo o Victor na semifinal da Libertadores em 2013 pelo Atlético-MG), levando o Internacional a uma final inédita.

Maiara, do Inter, comemora seu gol sobre o São Paulo no Brasileirão Feminino - ANDERSON ROMÃO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - ANDERSON ROMÃO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Maiara, do Inter, comemora seu gol sobre o São Paulo no Brasileirão Feminino
Imagem: ANDERSON ROMÃO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Bom, achei o jogo fraco tecnicamente e, na minha visão, as duas equipes são inferiores ao Corinthians. Não só na parte técnica, mas também pela experiência. O time do Arthur Elias está acostumado a ganhar títulos, que são vários: 3 Paulistas, 3 Brasileiros, 3 Libertadores da América, 1 Copa do Brasil e 1 Supercopa do Brasil. Mas o favoritismo só vale mesmo dentro do campo com foco.

O Inter tentará um título inédito e pode ter uma arma importante, que é a superação e o grande desejo de ganhar o Brasileiro. A força colorada vai depender muito do resultado do jogo de ida, em Porto Alegre.

É claro que numa final existem diversos fatores inesperados e o time favorito se complicar. Sempre achei que, nessas condições, o fator psicológico das jogadoras vale mais do que o técnico e o tático. Porque isso é treinado a temporada toda, e as duas equipes têm ótimos técnicos, mas o fator psicológico é diferente numa final de campeonato. Isso pode desmoronar numa simples jogada se não houver o mecanismo próprio (de cada jogadora) para conseguir se controlar em uma situação delicada.

Mas acredito em duas ótimas partidas. Se eu pudesse, iria ao estádio assistir aos dois jogos. Como moro em São Paulo, tentarei estar presente na Neo Química Arena em 25 de setembro.

Show nos palcos e no gramado, com os Titãs e a dupla Vinicius Jr e Rodrygo

Nesse final de semana, antes de ver duas partidas de futebol, fui assistir no sábado (10) à noite o primeiro show de 40 anos dos meus amigos Titãs. Foi muito emocionante!

Sempre fui muito ligado a eles por causa de uma pessoa muito especial da minha vida, o saudoso Marcelo Fromer. Durante a Copa de 1994 fizemos um programa na MTV chamado Bola na Mesa. Éramos eu, ele, a Astrid Fontenelle e o Nando Reis. Daí em diante, ficamos muito ligados.

Esse show de sábado foi uma viagem nas nossas histórias, com muitas lembranças. Eu assisti os Titãs muitas e muitas vezes, e em algumas delas fui até junto no ônibus. Uma vez, em BH, ficamos no mesmo hotel — eles tinham um show no sábado à noite numa cidade próxima e, no domingo, eu comentava um jogo no Mineirão. Eu fui no show com eles no sábado e, no domingo, levei todos para a cabine para participar um pouco do Show do Intervalo.

Eu e o Marcelo inventamos o primeiro programa que falava de rock e futebol numa rádio. Foi na 89 FM, em 1996, e se chamava Rock Gol. Em 2001, iríamos começar um novo programa, dessa vez na rádio Transamérica. Aí perguntei a ele: "Marcelo, que nome daremos ao programa?". Ele pensou um pouco e me respondeu: "Programa Piloto, porque nós nunca iremos saber como será o próximo, então toda semana será um piloto". E assim ficou o nome: Piloto. Porque não tínhamos um roteiro definido e toda semana seriam convidados diferentes.

Infelizmente, no dia da estreia, Marcelo foi atropelado por uma moto. O nosso programa era das 22h até meia-noite, mas ele não apareceu.

Eu fui para a padaria Real, ao lado do antigo prédio da MTV e da ESPN. Os Titãs estavam no Rio e, de repente, tocou o meu celular. Era o Nando Reis, que me pediu para ir até o Hospital das Clínicas, porque um cara tinha dado entrada por atropelamento e achavam que poderia ser o Marcelo. Saí correndo. Não tinha ninguém no hospital ainda, mas o médico me deixou entrar para identificar o paciente. Foi muito difícil ver que era ele mesmo. Aquela semana foi uma das piores da minha vida e, obviamente, de todos os Titãs e seus familiares.

Depois dessa tragédia, o Paulo Miklos entrou para fazer o programa e a turma ficou assim: eu, Miklos, Luiz Carlini e André Henning.

Já faz cinco anos que estou de volta à 89 FM e, dessa vez, com outro cara que amo, o Branco Mello. Esse programa começou comigo, o Marcelo Rubens Paiva e o Branco, com o comando do Zé Luiz. Mas faz um tempo que o Paiva resolveu sair. Quando eu falto, entra um dos meus filhos, e o Bento Mello faz quando o seu pai não pode.

Já no domingo (11), fui assistir Real Madrid 4 x 1 Mallorca. Assisti um espetáculo dos meninos brasileiros, principalmente do ex-santista Rodrygo, que deu um passe de cinema para o Vinícius Jr fazer o segundo gol. E foi um gol de craque, deixando três ou quatro defensores para trás, sendo que o último ficou desconcertado e jogado no chão antes da finalização de direita (que também poderia ser de esquerda, porque o garoto é ambidestro).

Rodrygo comemora golaço marcado contra o Mallorca no Campeonato Espanhol - THOMAS COEX / AFP - THOMAS COEX / AFP
Rodrygo comemora golaço marcado contra o Mallorca no Campeonato Espanhol
Imagem: THOMAS COEX / AFP

Gostei muito da transmissão da ESPN, com a narração de Luciana Amaral, comentários de Osvaldo Pascoal e Leonardo Gaciba sobre a arbitragem, e o Gustavo Hofman na reportagem.

Uma pena que a visibilidade aqui no Brasil tem dois pesos e duas medidas. Portanto, não vi nenhum comentário empolgante sobre as duas jogadas — mas, para outros, tem manchete a semana toda. Mas, na Espanha, a imprensa comparou o Vinicius Jr e o Rodrygo ao Pelé depois do desempenho na partida.

Para fechar a minha tarde, acompanhei um pouco do empate por 1 a 1 no clássico entre São Paulo e Corinthians. Achei um jogo bem mais ou menos, apesar que o espírito de luta do Tricolor mudou depois da classificação para a final da Copa Sul-Americana. Mas o time precisa ficar atento no Campeonato Brasileiro, sem contar que, no meio de semana, terá uma missão quase impossível, que é reverter um 2 a 0 contra o Flamengo, no Maracanã que sem dúvida alguma estará lotado.

Já o time do Parque São Jorge (adoro identificar o Corinthians dessa forma) tem muitas chances de chegar à final da Copa do Brasil. Será um jogo difícil, porque o Fluminense joga um bom futebol. Mas na Neo Química Arena lotada, e com total apoio da Fiel Torcida, que assim como o time está empolgada, o Corinthians tem grandes chances de ir à final, sim.

A continuação da temporada do Corinthians passa muito pela possibilidade de ir à final da Copa do Brasil e, se possível, vencê-la. Já o São Paulo tem que fazer uma ótima partida no Maracanã, mas o seu final de temporada passa mesmo pela final da Sul-Americana e da reação no Brasileirão.