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Após decepção e alegria em Portugal, quero ver mais um show de Haaland

Haaland reencontra seu ex-time, Borussia Dortmund, na segunda partida do City pela Liga dos Campeões - Nick Potts/Getty
Haaland reencontra seu ex-time, Borussia Dortmund, na segunda partida do City pela Liga dos Campeões Imagem: Nick Potts/Getty

Colunista do UOL

14/09/2022 04h00

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Entre surpresas e decepções, a rodada de ontem (13) da Champions League serviu para acender a luz vermelha de perigo para um grande de Portugal, mas também uma luz verde para outro grande clube português.

Começando pela decepção: o Porto, bicampeão da Champions League (1987 e 2004), um clube muito respeitado no continente e dominante dentro do seu país desde o começo da década de 1980. Nunca foi fácil enfrentá-lo em qualquer estádio, mas nesse início de torneio, o Porto está sendo uma grande vergonha para os seus "adeptos".

Na semana passada (primeira rodada), perdeu em Madri para uma equipe muito estruturada (Atlético de Madrid) e muito bem treinada pelo Simeone. Perdeu por 2 a 1, mas foi um resultado normal.

Todos tinham certeza de uma recuperação ontem no estádio do Dragão, contra o Brugge. O Porto, com mais história e uma camisa pesada, era super favorito. E a dúvida era se iria golear ou não. Mas o que aconteceu foi uma tragédia.

Sofrer uma goleada em casa por 4 a 0 para o time belga (com todo respeito ao Brugge) foi uma derrota inexplicável e vergonhosa. Nem imagino o que está passando na cabeça dos torcedores e da diretoria do Porto. Em duas rodadas, duas derrotas. Isso coloca o time português numa situação delicada.

O Brugge, que era a zebra do grupo, é líder com seis pontos. O Atlético está junto com o Leverkursen, com três pontos, enquanto o Porto é o lanterna do grupo, sem pontuar, e ainda irá enfrentar o time alemão em casa na última rodada dos jogos de ida do Grupo B. O que significa que, se não vencer, nem Liga Europa irá pegar.

Já o Sporting de Lisboa venceu as duas partidas. A primeira foi uma surpresa, porque foi lá em Frankfurt, e fez um 3 a 0 no Eintracht, atual campeão da Liga Europa. E ontem ganhou de um dos grandes times ingleses, com jogadores respeitados, e da liga mais difícil do mundo. Sim, o Sporting fez 2 a 0 no Tottenham de Son, Kane e Richarlison, só para dar três exemplos do peso desse time.

Ao contrário do Porto, o Sporting lidera o Grupo D, com seis pontos e cinco gols de saldo. Assisti boa parte do jogo, antes de começar o Cartão Vermelho, e achei um time forte, muito bem treinado e, em alguns momentos, envolvente.

Vamos para o grande jogo de ontem: Bayern 2 x 0 Barcelona.

No primeiro tempo, o time do Xavi foi melhor e teve as melhores chances de abrir o placar, principalmente nos pés do ex-Bayern Lewandowski. Na primeira chance, ele dominou na frente do Neuer e tinha o gol à sua disposição. Em qualquer lado que chutasse, jamais o Neuer conseguiria defender — mas ele chutou para cima. A segunda chance foi de cabeça, também frente a frente com o goleiro alemão, que fez uma defesa com rápida reação de movimentos. Raphinha fez um ótimo primeiro tempo, com algumas jogadas e finalizações de fora da área com muito perigo.

Só que no segundo tempo tudo mudou, e muito rapidamente. Achei que a diferença para o Bayern, além da atitude dos jogadores, foi a entrada do Goretzka no intervalo do jogo. Ele deu uma dinâmica mais agressiva e, em quatro minutos, tudo estava praticamente definido, com o time alemão vencendo por 2 a 0.

Depois disso o Barcelona começou a sair um pouco mais, para tentar mudar o resultado. Mas fora uma chance do Pedri — que depois de ótima tabela com o Lewa ficou de frente com Neuer e deu uma leve desviada para a bola bater na trave e sair —, mais nada de importante aconteceu.

Vitória de um Bayern que, mesmo sofrendo o primeiro tempo todo, precisou só de quatro minutos na etapa final para vencer a segunda partida da Champions e se tomar líder do Grupo C, com seis pontos.

Sané comemora gol do Bayern de Munique sobre o Barcelona - Alex Grimm/Getty Images - Alex Grimm/Getty Images
Sané comemora gol do Bayern de Munique sobre o Barcelona
Imagem: Alex Grimm/Getty Images

A impressão que tive foi que, apesar do domínio do Barcelona no primeiro tempo, o Lewandowski sentiu o confronto com o seu ex-time. Talvez tenha sentido um pouco mais de ansiedade do que esperava, e um certo desconforto também. E isso é normal quando o jogador encontra um time em que ganhou tudo, como equipe e também em prêmios individuais.

Hoje teremos a finalização da segunda rodada com vários jogos, mas três me chamam mais a atenção.

Juventus x Benfica: o time português venceu na primeira rodada e pode ser um adversário indigesto para a Juve, mesmo o jogo sendo em Torino; Real Madrid x Leipzig: depois de uma goleada por 4 a 0 em Glasgow, a expectativa é de outra goleada no Santiago Bernabéu, numa equipe alemã que foi amassada em casa, por 4 a 1, pelo Shakhtar.

Por último, tenho a curiosidade de ver como será a reação do Haaland enfrentando sua ex-equipe, em Manchester City x Borussia Dortmund. O City foi à Espanha e goleou o Sevilha por 4 a 0, com dois gols do norueguês que já fez mais gols do que partidas em sua primeira temporada no clube inglês. Mas o Borussia também ganhou bem, fazendo 3 a 0 no Copenhague, em Dortmund.

Tenho interesse nesse jogo porque hoje darei uma entrevista para o principal jornal norueguês (VG). E, entre tantos assuntos, querem falar comigo sobre o Haaland. Já disse e repito: sou fã desse jovem centroavante norueguês.