Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Não existe democracia ao se defender uma figura antidemocrática. É simples!
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A extrema-direita sempre se escondeu numa falsa ideia de democracia e liberdade. Bolsonaro, por exemplo, se diz defensor da democracia e diz que dará liberdade ao povo brasileiro.
Mas que tipo de democracia é essa? Num país em que a maioria das pessoas não tem três refeições por dia e que o governo corta verba da merenda escolar, ele ainda tem a covardia de ir num debate dizer que no Brasil não há fome.
Esse é o país de Bolsonaro, que governa para os ricos (que são minoria), para seus empresários amigos, para golpistas. E também para jogador de futebol milionário, que foi pedir ao seu "parça" presidente para perdoar dívida por impostos devidos.
E por que estou falando isso? Porque é incrível como o "argumento fake" é o mesmo de sempre.
Após a publicação da minha coluna de quinta-feira, em que mencionei uma troca de favores entre o camisa 10 da seleção e o presidente mentiroso, a grande maioria entendeu perfeitamente o que eu quis dizer. Mas os bolsonaristas, como sempre, fazem uma narrativa de manipulação. E atacam: "E aí, Casão? Que democracia é essa em que você só concorda com quem pensa igual você?".
Até mesmo o protagonista do lamentável vídeo se manifestou falando a mesma coisa, mesmo que provavelmente nem saiba muito bem o que é democracia.
Por isso, mais uma vez, vou explicar o meu pensamento:
Eu critico sim quem apoia um candidato golpista, covarde, homofóbico, racista, agressor verbal de mulheres. É uma crítica que independe do nome do candidato, porque são coisas inadmissíveis na sociedade.
Agora vejam se os apoiadores da Simone Tebet, da Soraya Thronicke ou do Ciro Gomes (sobre quem vou escrever mais abaixo) recebem críticas por apoiá-los? Claro que não! Porque apesar de terem diferenças, eles não possuem nas suas personalidades os valores e os princípios dessa figura nefasta chamada Jair Bolsonaro.
Em relação ao Ciro, gostaria de dizer que continuo a admirá-lo, porque ele apoiou um projeto muito importante chamado "Ceará sem drogas", do qual participei por quatro anos. Viajei por muitas cidades de todo Estado fazendo palestras para estudantes, pais, mães, moradores, enfim, para quem quisesse assistir. É essa preocupação com os dependentes químicos do Ciro Gomes que jamais irei esquecer. Mas estou muito decepcionado com o comportamento dele nessas eleições, porque não me parece que está preocupado com o país, mas com ele próprio.
Uma pena, Ciro. Espero que os eleitores percebam que votar nele só vai dificultar a vitória da democracia no Brasil. Claro, não precisam abandonar o apoio a ele, a quem considero um ótimo político. Mas nas atuais condições, em que Ciro tomou a decisão egoísta de não apoiar diretamente o candidato do PT, vocês são livres para fazer uma escolha. E, infelizmente, só temos duas opções: democracia ou fascismo. O que vocês querem para o Brasil?
Mas voltando ao debate da noite de quinta-feira, na TV Globo. Gostaria de falar um pouco sobre a péssima organização das regras. Foi uma terra sem lei, assim como é o Brasil do clã Bolsonaro.
Foram permitidas mentiras, distorção de informações, números inexistentes. E assim como escreveu muito bem a adorável Milly Lacombe, o Willian Bonner permitiu um mar de mentiras ao vivo pela principal TV do país. Isso foi simplesmente uma vergonha, e também uma colaboração para a desinformação.
E o que dizer da presença ridícula do padre fake no debate? Se fosse no futebol, ele seria o auxiliar técnico do seu treinador (Jair Bolsonaro). Todas as vezes que ele foi até o púlpito para responder (coisa que não conseguiu) ou para fazer perguntas, era como se ele fosse até a área técnica passar as mesmas mensagens do seu treinador. Todas mensagens falsas, claro.
Outra coisa sobre esse sujeito disfarçado de padre. Ele tentou colocar a candidata Soraya contra os religiosos, porque ela perguntou se ele tinha medo de ir para o inferno. Mas ele tentou criar uma narrativa de que ela teria mandado ele para o inferno. Isso não aconteceu! A candidata não fez isso. E esse padre, com certeza, vai precisar se confessar depois das eleições.
Agora correndo para o caminho do esporte. O que o atual presidente fez para o esporte brasileiro? Nada, assim como não fez para a cultura, para a educação, para a saúde, para o meio ambiente.
Para começar, ele desfez o Ministério dos Esportes, e só usou os clubes de futebol para tentar arrumar votos entre seus torcedores. Não se deixem enganar: ele não torce para o Flamengo, nem para o Palmeiras, nem para o Grêmio, ou para nenhum clube. Ele só torce para ele.
Por falar em clubes, foi lamentável o comportamento do diretor de marketing da minha amada Caldense, de Poços de Caldas, que foi levar uma camisa do clube para o nefasto candidato à reeleição. Pelo que soube, o povo da cidade está revoltado. E assim também deveriam ficar todos os diretores da Caldense. Quem apoia um candidato golpista não pode ser diretor de um clube que sempre respeitou as diferenças. Amo a cidade e o clube, mas com esse sujeito fazendo parte da direção, não voltarei mais lá.
É assim mesmo, bolsonarista: eu não sou amigo de ninguém que apoie esse destruidor da floresta, conivente e incentivador de todos os crimes ambientais que acontecem por aqui.
Quero deixar claro que, em uma democracia, todas as pessoas podem apoiar diferentes candidatos, desde que não seja um preconceituoso golpista. Porque onde tem golpe, não tem democracia. Assim como não tem democracia onde há preconceitos.
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