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Flamengo mereceu a Libertadores, e Tite precisa levar Gabigol para a Copa

Gabigol comemora ao marcar o gol do título do Flamengo - Buda Mendes/Getty Images
Gabigol comemora ao marcar o gol do título do Flamengo Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Colunista do UOL

29/10/2022 19h32

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Antes de falar diretamente sobre o jogo que deu ao Flamengo o seu terceiro título da Libertadores, quero destacar alguns detalhes interessantes.

Essa final da Libertadores foi a terceira do Flamengo em quatro anos. Isso mostra o quanto essa equipe é qualificada, principalmente do meio-campo para frente.

Outra coisa legal é que, dessa vez, o treinador campeão foi um brasileiro, Dorival Júnior. Porque as três últimas conquistas foram com treinadores portugueses — uma do Jorge Jesus e duas do Abel Ferreira.

O terceiro detalhe é que, apesar de ter um bom público, o estádio teve muitos espaços vazios.

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) disse que vai repensar essa escolha de final num jogo único e com uma sede escolhida.

No nosso continente isso não funciona, pela distância dos países e pela dificuldade para chegar em algumas cidades, como Guayaquil, por exemplo.

Na Europa, chega-se de trem na maioria das grandes cidades. Aqui na América do Sul não se vai a nenhum lugar com essa facilidade.

Agora falando do jogo: a maior diferença entre Flamengo e Athletico-PR está na característica dos times.

O Furacão é uma equipe muito bem treinada, com bons jogadores e a força está no forte esquema tático de marcação. Já o Flamengo é um time altamente técnico, que valoriza a criatividade de seus jogadores.

Enquanto estava completo e com uma marcação individual nos principais jogadores do Dorival Júnior, o Athletico dificultava que essa forte criatividade funcionasse na prática.

Mas bastaram poucos minutos depois da expulsão do zagueiro Pedro Henrique para o Flamengo fazer o gol da vitória, em uma jogada criada pelo ótimo Everton Ribeiro, na tabela com Rodinei.

Aquilo não foi um cruzamento. Foi, sim, uma perfeição no passe, batendo a bola para fazer a curva para trás para um atacante só chegar escorando.

Aí é o seguinte: Gabriel é um grande centroavante, que faz gols de todos os tipos, mas a final de Libertadores talvez seja o jogo preferido dele.

Ele acompanhou a jogada e se colocou nas costas do Fernandinho só para chapar e fazer o gol.

Tite, a sua convocação para a Copa é no dia 7 de novembro. Serão 26 jogadores e, entre eles, precisa estar Gabriel Barbosa. Será uma grande injustiça da sua parte se ele ficar de fora.

No segundo tempo, apesar de ter um jogador a menos, o time do Felipão conseguiu manter um certo equilíbrio. Claro que com a movimentação e a inteligência futebolística dos jogadores, o Flamengo conseguiu ficar mais tempo com a bola. Mas encontrou poucas brechas na defesa do Athletico.

O Furacão conseguiu chegar algumas vezes com perigo, mostrando ser um time fortíssimo no lado psicológico, porque não se abateu em nenhum momento. Nos minutos finais e também nos acréscimos assustou o time da Gávea, principalmente com chutes do Terans.

O Flamengo mereceu ser o tricampeão da Libertadores pelo ótimo trabalho que fez o treinador Dorival Júnior desde que chegou.

Pegou o time numa fase péssima, com o ambiente rachado, principalmente entre o grupo de jogadores e o antigo treinador Paulo Sousa.

Quero terminar o texto falando do homem que fez a diferença nesse título, assim como em 2019, em Lima, contra o River Plate.

Naquele dia o Flamengo virou nos minutos finais com dois gols do Gabriel. Neste sábado, ganhou por 1 a 0 novamente com ele marcando o gol do título.

Em três finais foram quatros gols. Desses, três gols deram o título da Libertadores ao grande Flamengo.

E só para não esquecer: Tite, coloca o Gabriel na lista para a Copa, porque ele é decisivo e também é um atacante que faz gols de peso, gols que dão títulos.

Parabéns, Mengão!