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Abel, Dudu, Scarpa, Marcos Rocha: campeão Palmeiras tem destaques de sobra
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Sou defensor do campeonato por pontos corridos, porque me habituei ao sistema durante os anos em que joguei na Europa. Mas, nos anos 1980, o Campeonato Italiano era super equilibrado, e nunca terminava com muitas rodadas de antecedência.
Defendo os pontos corridos, por achar que quem faz a melhor campanha merece ser campeão. Mas reconheço que o Campeonato Brasileiro desse ano foi muito chato.
O Palmeiras foi campeão na quarta-feira, com três rodadas de antecedência, mas o campeonato acabou já faz um bom tempo. E nem foi isso que incomodou tanto, mas sim os poucos jogos decisivos que esse campeonato ofereceu.
O Atlético-MG foi uma decepção. O Flamengo passou muito tempo patinando. O Corinthians foi irregular porque a equipe foi montada com o campeonato rolando. Esses eram os favoritos, junto com o Palmeiras, o único time que se manteve regular e arrasou a maior parte do campeonato.
E tem um detalhe importante nessa história: entre os quatro primeiros colocados, só o Palestra começou o campeonato com o mesmo treinador. E que treinador!
Com a conquista do Campeonato Brasileiro, Abel Ferreira completou a estante de troféus aqui na América do Sul, ou seja, ganhou tudo em dois anos.
Outra coisa: o troféu deveria ter sido entregue no dia em que o Palmeiras foi campeão, com toda a espontaneidade da comemoração, dos sentimentos, da felicidade de ter ganho um título. Foi uma falta de sensibilidade incrível! Estão tirando a emoção do futebol até na conquista do título!
O Palmeiras teve vários destaques. Acho que foi o ano em que o time teve a maior quantidade de jogadores atuando bem. Foi uma ótima temporada de toda a defesa, mas destaco o Marcos Rocha e o Murilo.
O Rocha porque sempre se tem dúvida se continuará dando conta, e para mim ele é um ótimo lateral. Poderia ter ido a Copa de 2018, e nesta temporada, teve um ano muito melhor que Daniel Alves, por exemplo. Se o critério de convocação for merecimento, ele deveria ir para o Qatar.
Danilo caiu um pouco depois que foi para seleção, mas para mim é melhor volante brasileiro jogando no país. Raphael Veiga, em uma parte do campeonato, foi o principal jogador do time.
Mas quero destacar o cara que, na minha opinião, foi o melhor jogador do Brasileiro: Gustavo Scarpa. Ele foi o ponto de desequilíbrio.
Depois da contusão do Veiga, o Scarpa pegou a bola e colocou debaixo do braço. Ditou a dinâmica do time e o ritmo do campeonato. Se o Palmeiras fosse um show ou uma balada, o Scarpa seria o DJ. Porque foi ele que tocou a música do Brasileiro.
Na eleição da CBF sobre os melhores de cada posição, eu coloquei vários jogadores do Palmeiras e, claro, o Scarpa foi o grande jogador.
Dudu é o principal jogador do Palmeiras nesse século. É o cara que desequilibra, que parte para cima e tem no um-contra-um a sua arma principal. Também está fazendo um campeonato espetacular.
E também teve o aparecimento do Endrick, que tem tudo para se tornar um dos maiores centroavantes do futebol.
O Abel Ferreira fez um trabalho excelente com esse garoto. Foi colocando aos poucos e esperou a confirmação do título para colocá-lo como titular, o que aconteceu exatamente na quarta-feira, na goleada por 4 a 0 contra o Fortaleza, no Allianz Parque.
E para a torcida festejar, gritar, mesmo sem o troféu, a partida não poderia ter sido melhor. O Palmeiras fez um grande jogo, digno de um campeão que dominou o campeonato desde a metade do primeiro turno.
Depois disso, foi pouco a pouco aumentando a diferença, sem se preocupar com o segundo colocado, porque cada vez era um time diferente. Na realidade, ninguém ameaçou o título do Palmeiras.
Mas acho que o fator mais importante desse ano foi o surgimento do garoto Endrick. Aos poucos, ele está se adaptando à intensidade do jogo nos profissionais, que é muito diferente da base. Primeiro jogo como titular, primeiro gol na frente da torcida palmeirense, em um jogo de festa, sem muita pressão.
Parabéns ao Palmeiras pelo título e para Abel Ferreira pelo trabalho!
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