Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Neymar é o menor dos problemas. A questão é o que Tite fará sem Danilo
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O destino quis colocar à prova as decisões do Tite logo na estreia da seleção brasileira na Copa do Qatar.
O técnico decidiu, com muita ousadia, escalar o Paquetá como segundo volante e colocar três atacantes, com o Neymar de meia — a intenção era de, em alguns momentos, o time ter na verdade quatro atacantes.
No segundo tempo, surgiu outro desafio para o Tite, com a contusão do Neymar.
O que ele vai decidir? Manter o esquema ofensivo, deixando o Paquetá na mesma posição da estreia? E colocar, por exemplo, o Rodrygo ou o Éverton Ribeiro no lugar do Neymar? Ou voltará com o Fred e empurrará o Paquetá para a função de meia?
Mas o que colocará em prova mesmo as escolhas do Tite será quem entrará no lugar do Danilo.
Se ele escolher o Daniel Alves, será coerente com a convocação, mas deixará todos em alerta caso a seleção corra riscos por aquele setor, ou até mesmo jogue mal por causa dessa escolha.
Mas, se Tite colocar o Militão, todos vão perguntar: por que levou o Daniel Alves para Copa?
E aí, certamente, voltará aquela dúvida que 90% dos torcedores e da imprensa tiveram quando saiu a lista definitiva: o Daniel está indo porque o Tite acredita no seu futebol ou foi porque a convocação estava prometida?
Caso Tite opte por Daniel Alves e Fred, uma possibilidade é de o técnico pedir para um dos volantes (Casemiro ou Fred) ajudar o Daniel na marcação, com o Paquetá como um 10.
Mas valerá a pena mexer num esquema que funcionou só para mostrar a coerência na convocação de um jogador com 39 anos, que não jogou bem nos últimos quatro anos, e ainda está parado por meses?
E se escolher o Militão na lateral, o que eu acho o certo e torço por isso para o nosso bem, iremos indagá-lo:
Por que convocou Daniel Alves? Por amizade? Por promessa? Por que agita o samba? Por que toca pandeiro?
Conhecendo a personalidade arrogante e prepotente do Daniel, acredito que ele não irá aceitar pacificamente não ser o escolhido para substituir o Danilo.
E é assim que uma vitória superanimadora contra a Sérvia, que encantou o mundo esportivo, virou um desafio para Tite. A caminhada da seleção brasileira numa Copa nunca esteve tanto nas escolhas que um treinador terá que fazer como agora.
Espero que ele tenha a percepção correta para escolher, porque tudo pode ir por água abaixo, tanto na bola como no ambiente. E, independentemente da escolha de Tite, a equipe estará em análise constante a partir desse momento.
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