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OPINIÃO

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A Argentina ganhou em jogo feio, mas com o apoio de uma torcida espetacular

Szczesny defende cobrança de Messi, na partida entre Polônia e Argentina - Clive Brunskill/Getty Images
Szczesny defende cobrança de Messi, na partida entre Polônia e Argentina Imagem: Clive Brunskill/Getty Images

Colunista do UOL

30/11/2022 18h42

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O Grupo C jogou a última rodada e a França, mesmo com a surpreendente derrota por 1 a 0 para a Tunísia, se classificou em primeiro lugar. Mas sai da primeira fase com um barulho desnecessário.

Deschamps colocou um time todo reserva e deu oportunidade para críticas desnecessárias a uma seleção que todos achavam que estava jogando bem. Agora, a França vai entrar pressionada nas oitavas de final.

No outro jogo da chave, a Austrália venceu a péssima Dinamarca por 1 a 0 e passou como segunda classificada do grupo.

Fui para o Estádio 974 para assistir Polônia x Argentina. É a primeira Copa sem o Maradona, o que é muito estranho, porque eu sempre me encontrava com ele. Era um prazer enorme, porque Diego foi um grande, como se diz na Itália.

O primeiro tempo rolou sem que nada de bom acontecesse para nenhuma seleção. Muita marcação e pouco futebol. Do lado argentino, as coisas aconteciam quando Di Maria e Messi pegavam na bola. O time argentino é melhor tecnicamente do que a Polônia, mas esta apresentou um futebol muito lento.

Na minha visão, a Argentina foi melhor do que a Polônia tecnicamente, por causa desses dois jogadores. Até o VAR achar um pênalti para a Argentina que, a meu ver, foi inexistente.

O Messi pegou a bola e 99% do estádio pensou: gol da Argentina! Que nada! O melhor jogador do primeiro tempo foi o goleiro polonês Szczesny, que, com duas defesas espetaculares, foi lá e pegou.

Os Hermanos continuaram melhores, mas meio que no desespero, encontrando pela frente um goleiro cheio de moral — afinal, ele pegou um pênalti do Messi numa Copa do Mundo.

O primeiro tempo do camisa 10 argentino foi péssimo, não só pelo pênalti perdido. Ele foi muito disperso, errou dribles e passes. Resumindo: foi um primeiro tempo de um jogo feio, chato.

O segundo tempo começou com tudo. Aos 6 minutos, o jogador argentino Mac Allister bateu mal, mas procurou um cantinho e a bola entrou.

Não deu nem tempo de perceber se a Argentina havia voltado melhor ou se a Polônia iria se arriscar um pouco e pronto: Argentina 1 x 0 Polônia.

Daí em diante o jogo esquentou, porque um gol da Arábia Saudita poderia tirar a equipe polonesa da Copa. E o estádio estava dominado pela belíssima torcida argentina.

Aos 20 minutos, o treinador Scaloni fechou mais o time e deixou o Messi lá na frente para, quem sabe, dar uma arrancada e ir até o gol, ou clarear uma jogada para quem vinha de trás.

A coisa melhorou porque a posse de bola ficou a maior parte do tempo com a seleção argentina, que conseguiu chegar ao segundo com uma jogada de pé em pé até o camisa 9 Julián Álvarez fazer um belíssimo gol. Merecido!

E sabem o porquê de eu quase não ter tocado no nome da Polônia até agora? Simplesmente porque não jogou nada.

Mesmo o Messi não fazendo uma grande partida, o controle, principalmente no segundo tempo, foi totalmente da equipe sul-americana.

Fora as músicas, os gritos do estádio lotado de camisas azuis e brancas? A torcida argentina é a mais agitada que vi até agora, canta o jogo todo. E quando o time faz gols, aí que não para mesmo.

A Argentina, mesmo sem brilhar, saiu como a primeira do Grupo D e pegará a Austrália. Enquanto a França, líder do Grupo C, pegará a Polônia (graças ao México), segunda do grupo D — e esse será o jogo que assistirei no domingo (4).

Antes de terminar, quero dizer que a minha expectativa, como a de todos, era de ver um grande embate entre Messi e Lewandowski, o que não aconteceu.

Argentina 2 x 0 Polônia. E, de zero a dez, Lewandowski, 4, e Messi, 5.

Além disso, o Messi não precisava destratar o Lewandowski no final do jogo. Quando o polonês fez uma falta e foi cumprimentá-lo, o argentino simplesmente ignorou. Quando o juiz apitou o final do jogo, o polonês novamente quis cumprimentar Messi, que novamente o ignorou. Desnecessária essa grosseria.

Para encerrar: a torcida argentina está de parabéns pelo espetáculo, porque jogou muito melhor que a sua seleção.